Folha de S. Paulo


O desafio do eleitor e da eleição presidencial

O processo eleitoral teve sua primeira fase no último domingo, dia 5, e nos instiga a fazer uma reflexão importante sobre o futuro da economia. Seja lá como for o andamento das eleições, o fato é que há um desafio e tanto pela frente: recolocar a economia nos eixos.

No Estado de São Paulo, a desaceleração da indústria pode ser considerada um termômetro importante de que o governo brasileiro terá que usar a criatividade e a pro-atividade para colaborar com a recuperação dos setores econômicos do país.

A atividade industrial teve uma queda de 7,1% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado. Se comparado ao mês de julho, o desempenho ficou estável. A Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo interpretam os dados de seu levantamento com o "pé atrás". Para as entidades, a estabilização em relação a julho não deve ser vista como um motivo para alegria.

Outro fator a ser considerado no contexto dos próximos meses é o psicológico. O chamado Índice do Medo do Desemprego aumentou 1,2% em setembro em relação a junho. O índice foi de 77 pontos, o maior desde novembro de 2009. O dado faz parte de uma pesquisa trimestral da Confederação Nacional da Indústria que mede o medo do desemprego, mas também a satisfação com a vida.

Independentemente da estagnação econômica do país estar ou não diretamente justificada pela crise internacional (fator de embate político entre os candidatos à Presidência), é bom que o vencedor do pleito já esteja preparado para o seu primeiro grande desafio.

Economia sem firmeza acaba se refletindo em todos os outros setores, o que já gera preocupações. A expectativa do eleitor pela solução só aumenta e a responsabilidade dos presidenciáveis também cresce proporcionalmente.


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