Folha de S. Paulo


'Salva-vidas' financeiro

Muita gente escuta falar e até gostaria de fazer a sua própria reserva financeira. Mas entre a teoria e a prática pode existir um abismo para quem não entende objetivamente o que é a reserva financeira, para que serve e como pode ser feita.

A reserva financeira é um dinheiro a ser poupado pelas famílias ou individualmente com o intuito primordial de oferecer socorro em situações de emergência, como uma morte repentina de um dos entes ou num caso de desemprego. A ideia é permitir que as pessoas possam estar financeiramente preparadas para situações inesperadas, isso pelo menos até que consigam se reestruturar financeiramente.

A reserva ideal é calculada com base nos gastos médios mensais durante um período doze meses, levando-se em conta despesas fixas como habitação (aluguel, IPTU), alimentação (supermercado, restaurantes), educação (escola, cursos de reciclagem), lazer, transporte (IPVA, combustível, ônibus, metrô, trem, van escolar).

Na prática, isso significa que, se acontecer um imprevisto, você terá condições para se manter durante pelo menos um ano até que consiga restabelecer sua vida financeira. Não terá que sair da casa onde mora ou vender seu carro ou, pior, tirar seu filho da escola de uma hora para outra. Com o dinheiro da reserva, terá tempo suficiente para seguir com sua vida até que tudo seja reorganizado.

No caso de quem perde o emprego, por exemplo, é importante aproveitar a oportunidade para fazer cursos de reciclagem. O dinheiro da reserva também deve ser usado para custear isso.

Uma ideia boa é reservar 10% do orçamento mensal para a reserva. Caso você não tenha dívidas, obviamente, esse percentual de reserva poderá ser maior.

O dinheiro da reserva deve ser aplicado em instrumentos de resgate imediato como CDBs, e de baixo risco. O importante é que o dinheiro esteja à disposição, caso você necessite.

Após ter poupado o suficiente para se manter (ou manter sua família) por um ano, é possível usar as "sobras" para diversificar os investimentos em outros instrumentos como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e o Tesouro Direto, por exemplo.

Neste caso, a reserva está garantida e acessível para as emergências. Os demais valores poupados poderão ser resgatados com mais tempo e, portanto, permitem investimentos mais ousados, que podem ter rendimento maior.

Programe seu orçamento para isso. Afinal, as emergências podem acontecer com todos a qualquer momento. Além do mais, ela acaba se tornando um pé-de-meia que poderá servir como um investimento inicial bom para imóveis ou mesmo custear projetos pessoais como a compra de um automóvel, um casamento com festa ou uma viagem.

Post em parceria com a jornalista Adriana Matiuzo


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