Folha de S. Paulo


Mundo Econômico

PANORAMA MUNDO

As Bolsas de Nova York encerraram a semana que passou em baixa. O índice Dow Jones caiu 0,72% o maior declínio desde o dia 17 de julho.

Apesar de registrar um recuo nos estoques de petróleo, os dados sobre a economia americana divulgados não foram ruins. O Departamento do Trabalho dos EUA registrou que os novos pedidos de seguro-desemprego ficaram no menor nível desde 18 de fevereiro de 2006.

Além disso, o Índice de Atividade dos Negócios marcou 61 pontos em uma pesquisa preliminar referente a julho, o que indica crescimento da atividade do setor de serviços. Espera-se uma mudança nas condições de negócios após a atividade ter sido afetada por fatores meteorológicos no começo deste ano.

Já para o Fundo Monetário Internacional as perspectivas são de redução de 2% para 1,7% no crescimento dos EUA. Apesar disso, o FMI aposta em uma melhora na economia ao longo do ano. Isso porque o Fundo acredita que o emprego, a produção, as vendas e a confiança tendem a progredir.

Na zona do Euro, a indústria e o setor de serviços avançaram mais em julho. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) avançou de 52,8 para 54, maior valor em três meses. Esse número sugere que a economia está crescendo em um ritmo mais forte, mas os temores geopolíticos da crise entre Rússia e Ucrânia têm sido responsáveis pelo crescimento modesto da região.

Na Rússia, o banco central aumentou, pela terceira vez desde março, sua principal taxa de juro de 7,5% para 8% pois afirmou que as tensões na região estão levando a riscos inflacionários. Segundo o BC russo, a crise com a Ucrânia e as sanções do Ocidente estão afetando negativamente a economia e se a inflação continuar elevada haverá um novo aumento na taxa de juros.

A economia britânica voltou aos níveis pré-crise e cresceu 0,8% no segundo trimestre deste ano. Outro país que também apresentou sinais de recuperação foi Espanha, que cresceu 0,5% no segundo trimestre. Se esse dado se confirmar no fim deste mês, será o quarto avanço trimestral consecutivo do PIB espanhol.

Na Ásia, as notícias são positivas para a China, mas preocupantes para o Japão. Enquanto a indústria chinesa teve o melhor desempenho desde o início de 2013, o Japão registrou em junho dois anos seguidos de déficit comercial. Além disso, a inflação no país desacelerou pelo segundo mês consecutivo. Esse resultado questiona se as políticas adotadas até agora possam estar fracassando no alcance da meta.

Nos próximos dias serão divulgados o PIB trimestral do EUA, a declaração do Fomc, o PMI de serviços da zona do euro, o IPC anual da zona do euro e o PMI de manufatura da China.

PANORAMA BRASIL

A Bolsa brasileira registrou sua quarta semana seguida de alta, com avanço de 1,42%. Já o dólar teve uma leve queda na semana de 0,03%.

Os últimos dias da semana não foram positivos para a economia brasileira. A indústria de transformação deve manter o ritmo fraco no terceiro trimestre e a projeção para as vendas no varejo sofreu uma revisão para baixo, de 4,5% para 4,4%.

Além disso, o FMI reduziu mais uma vez a previsão de crescimento do PIB brasileiro de 1,8% para 1,3% devido à fraqueza no investimento e na demanda interna. Já as projeções para a inflação de 2014 recuaram de 6,44% para 6,41% e a expectativa para a taxa Selic continua sendo de 11% para este ano.

Para os próximos dias serão divulgados o fluxo cambial, a Pesquisa Industrial Mensal, a Sondagem Industrial PMI e os índices IPC-S e IGP-M.

Texto em parceria com Isadora Tozi, graduanda em economia pela EESP-FGV e consultora da Consultoria Junior de Economia (CJE-FGV), em nome da área de pesquisa da empresa


Endereço da página: