Folha de S. Paulo


E-books ganham espaço no mercado editorial

Os e-books estão ganhando espaço no mercado editorial, em detrimento dos livros em papel. Enquanto as vendas de publicações virtuais cresceram 225,13% de 2012 para 2013, as de obras tradicionais tiveram alta de 4,13% no mesmo período –foram vendidos 200,3 milhões de exemplares no ano passado. Isso é o que apontam dados divulgados pela Câmara Brasileira do Livro. É necessário ponderar, contudo, que os livros virtuais ainda representam uma pequena parcela do mercado editorial.

O fato é que a população brasileira ainda lê muito pouco. E isso se deve a dois fatores principais: baixo nível educacional e alto preço dos livros, principalmente dos livros técnicos utilizados em universidades. Para o mercado editorial se manter no azul, deve se reinventar e apostar em uma nova política de preços, visto que hoje os próprios autores podem disponibilizar livros gratuitos na internet.

Os e-books têm baixo custo de produção e alta capilaridade –chegam a qualquer lugar do mundo em poucos segundos. Essas vantagens também correspondem a riscos no mercado editorial, uma vez que também podem reduzir a qualidade das publicações.

Nesse sentido, o papel das editoras é fundamental para a qualidade das publicações e para o trabalho dos autores. Pensar em um livro apenas como um produto gerador de lucro, no entanto, é escolher o caminho errado. A leitura contribui para o avanço da educação no país e mudança de hábito dos brasileiros. Os ganhos são infinitamente maiores e não monetizáveis.

Como as editoras vivem de vendas, elas têm pela frente um enorme desafio: manter vivo o gosto pelo livro de papel e cobrar –de forma consciente– pelos e-books. Eletrônicos ou tradicionais, a verdade é que temos excelentes obras nacionais e autores de renome internacional.


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