Folha de S. Paulo


Supermercados já não se garantem mais com classe C

Estudo divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Nielsen mostrou que a classe C, que inclui "a nova classe C", já não é mais a "menina dos olhos" dos supermercados. Esses clientes, que durante cinco anos foram o motor do comércio varejista no país, perderam fôlego com o aumento da inflação, deixando espaço para as classes AB.

Com a mudança, os supermercados têm pela frente uma difícil jornada: se readequar à nova realidade de consumo. Isso não diz respeito só aos produtos, mas também ao atendimento e técnicas de marketing.

Atrair as classes AB é mais fácil do ponto de vista financeiro, uma vez que os consumidores têm mais dinheiro. Por outro lado, satisfazer esse público é um desafio, já que ele é mais exigente , muitas vezes acostumado a preços internacionais que são , via de regra, muito menores Além disso, com a inflação em alta, as classes AB também tendem a ser mais realistas nos gastos e a diminuírem as idas aos supermercados.

As redes devem investir mais no ponto de venda, de forma a atrair os consumidores e incentivá-los a, efetivamente, realizar a compra - aumentando o tíquete-médio. Grandes varejistas, como Pão de Açúcar e Carrefour, saem na frente, uma vez que têm estratégia para atingir esse público e uma equipe estruturada para elaborar estratégias de marketing.

Hoje vivemos um ambiente de preços altos e serviços de qualidade duvidosa. Tudo leva a crer que a estratégia antiga de contar com consumidores ávidos dispostos a pagar qualquer preço chegou ao fim.

Fica também um desafio para supermercados menores e independentes, terão que pensar mais no consumidor caso não queiram perder espaço no mercado para os grandes players. Está dada a largada para essa nova fase do consumo. Quem vai ficar para trás? O segundo semestre de 2014 e o ano de 2015 não serão fáceis para o varejo e para economia do país.


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