Folha de S. Paulo


As armadilhas do cheque

Um levantamento da Serasa Experian, empresa de informações financeiras, mostrou esta semana um leve aumento no número de cheques sem fundos emitidos no país. Enquanto em fevereiro deste ano o índice chegava a 1,99%, em março o índice alcançou a marca de 2,21%.

Os motivos para não receber a notícia com tanta preocupação são o fato de que o índice de março deste ano é mais baixo do que o do mesmo período do ano passado, quando 2,36% dos cheques foram devolvidos por insuficiência de fundos.

Além disso, a Serasa Experian encarou o problema como um reflexo do alto volume de gastos com impostos e despesas tradicionais do início do ano, como matrícula e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), além da inflação.

Para os próximos meses, para quem usa cheque e pode passar pelo problema, vale a pena apertar o cinto com os gastos e se preparar para manter as finanças em dia, já que a inflação promete não ir embora tão facilmente.

Se o seu nome for para o CCF (Cadastro dos Emitentes de Cheques sem Fundo), você terá que fazer uma verdadeira peregrinação para recuperar seu status. Para limpar o nome é preciso apresentar o cheque, o registro do débito do cheque (que comprove que ele voltou), a declaração do beneficiário provando que o débito foi quitado (autenticada em cartório) e cópias desses documentos todos.

Por isso, procure ter um controle disciplinado sobre seu saldo, de preferência anotando e guardando canhotos. Não se esqueça de tomar nota sempre sobre nome e contatos do destinatário do cheque, seja pessoa física ou empresa. Caso aconteça qualquer problema, você terá que encontrá-lo para resolver e recuperar seu nome.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) ainda dá algumas dicas importantes para se precaver de surpresas e até de fraudes: ter consciência de que todo cheque é uma ordem de pagamento à vista e que, por isso, poderá ser descontado a qualquer momento; fazer boletim de ocorrência e avisar a agência bancária imediatamente em caso de perda, furto ou roubo; manter o endereço de correspondência atualizado.

Post em parceria com a jornalista Adriana Matiuzo


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