Folha de S. Paulo


Foi pênalti

RIO DE JANEIRO - Em menos de uma semana, pela segunda vez, em meu combalido currículo de cronista, usarei a palavra "pífio" para designar o jogo do Brasil contra a Croácia. Dele, só lembrarei a extraordinária atuação de Oscar e o pênalti sofrido por Fred. A maioria dos torcedores brasileiros decretou que não houve falta, menos o juiz. E eu.

Vi em câmara lenta pela televisão e por fotos em vários jornais, o discutido lance que afinal consolidou a vitória do Brasil.

Um jogador croata agarrou o nosso atacante não pela camisa, mas pela axila de Fred, num momento em que ele tentava sua jogada tradicional. Dentro da pequena área, de costas para o goleiro croata, deitado no chão, empurra a bola para a rede.

Foi assim num gol contra a Espanha, na Copa das Confederações, e contra a Sérvia, por sinal o único gol do Brasil naquele amistoso.

Além de ter sido travado (teve a sua camisa quase rasgada), havia mais dois adversários, um deles com o bico da chuteira levantado até a altura do joelho do nosso atacante.
No lance seguinte, um deles derrubou o nosso artilheiro.

Um ministro do STF, Marco Aurélio Mello, comentando a jogada, considerou Fred como um artista, dada a perfeição com que ele catimbou o pênalti, enganando o próprio juiz que por sinal estava perto.

Neymar converteu a falta, matando a possibilidade de qualquer reação da Croácia. A mesma dupla (Neymar e Fred) foi decisiva na vitória do amistoso com a Sérvia.

Saindo do assunto, vi pela TV a vitória da Itália contra a Inglaterra. Pode-se dizer que foi o melhor jogo deste início de Copa do Mundo. Dois pesos pesados, já consagrados em Mundiais anteriores.

Qualquer um deles ganharia da seleção brasileira –a menos que, como querem os piedosos pastores das TVs evangélicas, gritem com devoção: "Jesus salva!"


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