BRASÍLIA - "Vou respeitar o dinheiro público. É tolerância zero com a corrupção!", anunciou o eleito, na festa da vitória. Aos 38 anos, Rogério Lins comemorava os 61% de votos para prefeito de Osasco. O vereador encerrava uma série de três gestões petistas na cidade, que tem a segunda economia de São Paulo.
Filiado ao nanico PTN, Lins se elegeu com apoio dos tucanos Geraldo Alckmin e João Doria. Na campanha, investiu no discurso moralista e prometeu administrar o município como se fosse uma de suas empresas. É possível que o eleitor não tenha a chance de tirar a prova.
Na semana passada, a juíza Ana Paula Achôa Mezher decretou a prisão preventiva de Lins e outros 13 vereadores. O grupo, que representa dois terços da Câmara Municipal, é acusado de nomear servidores fantasmas e embolsar os salários. Para a juíza, tratava-se de uma "organização criminosa bem estruturada" para "fraudar os cofres públicos".
O esquema funcionava havia oito anos e desviou ao menos R$ 20 milhões. Acusado de nomear 14 fantasmas, Lins foi denunciado 950 vezes por crime de estelionato. Quando a quadrilha foi desmontada, ele estava no exterior. Neste momento, é considerado foragido pela polícia.
A Interpol não foi acionada porque o viajante informou ter passagem marcada para voltar ao país. Na próxima sexta (16), ele receberia o diploma de prefeito. A vice Ana Rossi, mulher do ex-prefeito Francisco Rossi, deve tomar posse em seu lugar.
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Em setembro de 2015, um ansioso Michel Temer previu que Dilma Rousseff não chegaria ao fim do mandato por falta de apoio popular. "Se ela continuar com 7% e 8% de popularidade, fica difícil", declarou. "Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo."
A aprovação de Temer despencou para 10%, de acordo com o Datafolha. Ao ser afastada do cargo, Dilma registrava quatro pontos a mais.