Folha de S. Paulo


É preciso ter coragem para tomar a decisão correta com rapidez

É comum ouvir alguém dizer que, quando algo não está funcionando direito, o melhor que temos a fazer é "parar para pensar". Isso significa que, se os sinais indicam que estamos no caminho errado, é recomendável interromper o passo, rever a rota e só então voltar a caminhar.

O conselho continua pertinente, mas hoje é difícil colocá-lo em prática na vida profissional. Afinal, o tempo para análise está muito mais curto. No mundo dinâmico que vivemos hoje, o timing pode ser mais importante que a própria ação. "Perder o bonde", como se dizia antigamente, custa cada vez mais caro para as empresas. Como ser capaz de alterar os planos com rapidez, tomando a decisão correta em um curto espaço de tempo, na velocidade em que o mercado exige, "sem deixar nenhum prato cair"? A única saída é ter muito preparo, boas informações e coragem para correr riscos. Se errar, conserte logo.

Isso me faz lembrar a historinha de um médico que levou seu carro ao mecânico. Dois dias depois, ao voltar à oficina, o cirurgião ouviu do mecânico uma pergunta:
- "Doutor, seu trabalho não é parecido com o meu? Eu faço o diagnóstico do problema, conserto e deixo tudo funcionando perfeitamente."
- "Você tem razão", concordou o cirurgião.
- "Então por que o senhor ganha muito mais do que eu, se nós fazemos praticamente a mesma coisa?"
- "Você consegue consertar o carro em movimento?", disse o médico.

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Quanto maior for a capacidade de um profissional de fazer uma leitura correta do problema e corrigi-lo com velocidade, mais valorizado ele será. Se o problema resolvido for realmente relevante, mais reconhecimento e prestígio o profissional terá.

Quando a maré está cheia e o mar está tranquilo, fica impossível distinguir os bons dos maus navegadores. Mas quando o vento muda e as ondas quebram com força, você tem a oportunidade de reconhecer quem realmente tem preparo e competência para encarar um oceano. Situações difíceis evidenciam o talento.

Por ter estudado muito e acumulado experiência prática, o bom profissional é capaz de fazer uma análise complexa em pouco tempo e escolher o caminho que tem mais probabilidade de acerto. Ele sabe que, cada vez mais, não basta ser bom. É preciso também ser rápido.


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