Folha de S. Paulo


Come-se bem no Rio, sim senhor!

Era uma vez um Rio de Janeiro com poucos restaurantes notáveis. Sua magra cena gastronômica foi por muito tempo piada em São Paulo, um revide pelo apelido "túmulo do samba".

O Rio tem samba, mas quase nenhum restaurante bom, era o que se dizia. A maré virou em 2014, quando despontou nova geração de chefs –Pedro Artagão no Irajá, Thomas Troisgros assumindo o timão do Olympe, até então comandado por seu pai Claude, Felipe Bronze no Oro etc..

Os três seguem ditando o ritmo. Bronze, que há pouco estreou versão melhorada do Oro em novo endereço, abrirá em breve o Pipo, no Shopping Village Mall. Troisgros repetirá a fórmula de sucesso de sua CT Boucherie do Leblon no Jardim Botânico. E Artagão lançou na Barra o Cozinha Artagão, escorado pelo sucesso da matriz e de seu bistrô Le Formidable.

Outro nome forte, a chef Roberta Sudbrack, do restaurante homônimo, está fazendo o maior sucesso com o novo Garagem da Roberta, lanchonete hipster.

Mas vem muito mais coisa por aí O Pici estreará em julho em Ipanema querendo ser um Gero mais despojado e barato. Na cozinha, Thiago Berton, egresso do Lasai.

O ex-presidente da Sony, Alexandre Schiavo, inaugura nesta semana o Ró, de comida crua. E Alberto Landgraf, ex-Epice, um dos maiores chefs do país, mudou-se de São Paulo para abrir no Rio, em 2017, pequeno restaurante de autor.

Graças aos bilhões investidos por causa da Olimpíada, a maré segue subindo. Fará alarde a abertura do Emiliano (filial do hotel homônimo em São Paulo) em Copacabana, cujo chef, Damien Montecer, pretende servir os melhores peixes e frutos do mar do Rio, desbancando o Satyricon. Receberá diariamente peixes pescados com arpão em Paraty e servirá bouillabaisse aos sábados.

No também novo Grand Mercure janta-se na cobertura com bela vista e menu da famosa chef Morena Leite (do Capim Santo). O hotel Vila Galé deu alento à Lapa -onde até há pouco um dos poucos atrativos gastronômicos era o cabrito com arroz de brócolis do Nova Capela. E por aí vai.

Se todos vingarão pós-Olimpíada, quando apagarem-se os holofotes e os turistas partirem, não se sabe. Mas expor os cariocas a uma miríade de novos estilos de restaurante... mal, não fará.


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