O chef dinamarquês René Redzepi estreou em 26 de janeiro, em Sydney, uma versão pop-up de seu famoso restaurante Noma, de Copenhague. A noite de encerramento, dia 2 de abril, será só para os ricos que arrematarem as 15 mesas colocadas na última segunda-feira (14) em leilão. O preço subirá até o próximo dia 23, prazo final. Já tem gente que "bidou" R$ 7.900 por uma mesa para dois (o valor inclui menu-degustação e bebidas).
Esse é o segundo pop-up do Noma, ainda mais concorrido e festejado do que o que funcionou em Tóquio em 2015. Vagas esgotaram-se três minutos depois de abertas as vendas on-line. Verdadeira avalanche de artigos elogiosos e posts no Instagram catapultaram o chef a um nível de celebridade jamais visto.
Em 2011, escrevi aqui sobre a "moda" dos restaurantes pop-up. Errei ao achar que era coisa passageira: o lucrativo filão não para de crescer mundo afora. O hotel Palazzo Versace, em Dubai, encerrará em 12 de abril temporada estrelada pelo espanhol Quique Dacosta, e lançará outro pop-up com o sueco Björn Frantzén -ambos pluriestrelados. Ano passado, o inglês Heston Blumenthal recebeu 200 mil pedidos de reserva para o pop-up australiano de seu restaurante The Fat Duck. Neste mês lançou mais quatro pop-ups no país junto com o programa "MasterChef Austrália", do qual participa.
Albert Adrià, com cinco restaurantes em Barcelona e um sexto prestes a abrir, topou comandar um pop-up em hotel londrino, que acabará em 16 dias. Mesas esgotaram-se a jato.
Hotéis e órgãos governamentais pagam caro por estrelas desse quilate. Para os chefs, a grana cai bem, mas há recompensa maior nessas aventuras. Diz Redzepi que foi à Austrália "aprender com a paisagem".
Quando chegam ao cume, eles querem fugir da pesada rotina, ver o novo, reacender o entusiasmo em seus cozinheiros. Seus antecessores foram condenados a uma vida presos na cozinha. A nova geração fecha o restaurante por uns meses, viaja e cozinha às custas de patrocinadores e fãs -quem não faria o mesmo no lugar deles?