Folha de S. Paulo


O melhor sushi de Nova York

A cada ano vou a Nova York pular de restaurante em restaurante testando as melhores novidades. Desta vez, na minha lista de imperdíveis há um japonês, o Sushi Nakazawa. Fazia quase década que eu não via isso acontecer: surgir um templo de sushis concorrido e elogiado a ponto de me fazer sentir que ir à cidade sem prová-lo seria como ir ao Vaticano e não ver o papa.

A última vez que um japonês chacoalhou a cena gastronômica nova-iorquina assim foi em 2004, quando o Masa, de Masa Takayama, ganhou a cotação máxima do "The New York Times": quatro estrelas.

O Sushi Nakazawa alcançou em dezembro o mesmo olimpo, e entende-se por que lendo os elogios rasgados do crítico do jornal.

"Daisuke Nakasawa entrou pela porta da frente. 'Me desculpem', disse alegremente ao ir para trás do balcão. (...) Aí ele apanhou um punhado de arroz e começou a servir um dos quatro mais deliciosos e impressionantes jantares de sushi da minha vida. Os outros três comi também no Sushi Nakazawa, nas semanas seguintes."

Nakasawa formou-se com um dos maiores mestres do mundo: Jiro Ono, o mítico e rigorosíssimo sushiman cujo restaurante em Tóquio fascina tanto que virou tema do longa-metragem "Jiro Dreams of Sushi". Se eu conseguir um lugar (há espera de meses!), comerei divinamente. Senão, consolo-me por saber que há muito tempo não se via em Nova York tamanha leva de craques servindo menus-degustação (omakases).

Dois discípulos de Takayama abriram o Neta, muito elogiado pela crítica e frequentado por entendidos. O Soto, do japonês Sotohiro Kosugi, do norte do Japão, vem
arrebatando prêmios também.

Mas, dos novos japoneses "top de linha", o que mais me intriga é o escondidíssimo Ichimura: 12 lugares em um minissalão nos fundos de
outro restaurante, o Brushstroke.

O crítico do "The New York Times" foi efusivo: "Até o arroz, temperado com um blend de três vinagres é inusualmente assertivo, pode arruinar sua opinião de outros sushis". Pago para ver.


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