Uma degustação às cegas com especialistas mostrou que os vinhos rosés mais comprados em quatro supermercados paulistanos não são os melhores exemplares da categoria.
O que isso nos revela? De certa maneira, explica a bola de neve iniciada há algumas décadas com a importação de péssimos exemplares de vinho e o consequente preconceito do consumidor em relação ao rosé.
Por volta dos anos 70, muito rosé de baixa qualidade foi importado para suprir a demanda de um consumidor curioso pelo que, até então, era novidade. O rosé trazido era levemente adocicado e com poucos aromas.
Aos poucos, esse vinho virou sinônimo de bebida que não precisa ter nenhum atributo, a não ser sua cor atraente e seu bom preço. Produtores entenderam o recado e passaram a produzir quantidades industriais de vinho de qualidade questionável.
Muitos consumidores brasileiros acham que vinho rosé "não é vinho". Se for mesmo para escolher um dessa categoria, o consumidor tende a não ser exigente -a não ser pelo preço baixo.
E a bola de neve está formada: os mais consumidos são de má qualidade porque são muito baratos. E, por isso mesmo, não entregam nada muito interessante. A história só vai mudar se o consumidor mudar.
Para escolher o rosé, também precisamos ser criteriosos e não olhar apenas o preço (veja sugestões abaixo). Dê preferência aos produtores cuidadosos, mesmo que isso custe uns reais a mais.
Janeil Rosé de Syrah 2011
Floral e muito delicado
QUANTO R$ 49
ONDE Zahil (tel. 0/xx/11/3071-2900)
Clos la Neuve Cuvée Passion 2011
Lembra pêssegos, fresco e leve
QUANTO R$ 67
ONDE Santa Luzia (tel. 0/xx/11/3897-5000)
Modello Venezie rosé 2010
Frutado leve, refrescante
QUANTO U$ 27,90 (cerca de R$ 55)
ONDE Mistral (tel. 0/xx/11/3372-3400)
Quinta do Vallado Touriga Nacional Rosé 2010
Aroma frutado, intenso na boca
QUANTO R$ 74,90
ONDE Cantu (tel. 0/xx/11/2144-4450)