Folha de S. Paulo


Mais com menos

Diariamente somos bombardeados por notícias e informações sobre a economia e a política nacional que nos envolvem sob um manto de desânimo e descrença. Essas notícias vão gerando clima de medo e insegurança e fazem com que os investimentos em novos projetos sejam engavetados com receio do futuro incerto.

Atingem o comércio, as indústrias e os serviços. O movimento no mercado começa a ficar menor, afetando ainda mais os ânimos. Como educadora, faço o exercício diário e, confesso, até um esforço moral, para não me entregar a esse espírito de descrença que parece paralisar as pessoas em geral.

Não posso me deixar levar por esses sentimentos, pois quando isso acontecer, acho que prefiro não entrar mais em sala de aula. Não posso ser ingênua e nem levar mensagem de otimismo desconectado da realidade, pois pareceria uma louca, mas quero levar mensagens que motivem as pessoas a não desistirem de buscar algo melhor para o país e para si.

Paralisar, efetivamente, não ajuda em nada. Onde há problemas e dificuldades existem também oportunidades e necessidade de trabalho. É importante pensar em buscar alternativas para melhorar. Se não há todos os recursos materiais e financeiros na empresa, o que pode ser feito com o que se tem?

Existe uma máxima que diz: "a necessidade é a mãe da criatividade". Em momentos como esses é necessário colocar a cabeça para funcionar e buscar fazer mais com menos, e encontrar caminhos alternativos, inovadores, criativos para superar essas fases críticas.

Se o dinheiro é pouco, e sempre parece ser, será necessário selecionar melhor os investimentos, mas continuar investindo, seja em educação, novos processos e em projetos que aproveitem melhor o que há disponível no momento.

Será fundamental cortar gastos desnecessários e é possível. A crise hídrica tem demonstrado o quanto os brasileiros são criativos e estão conseguindo economizar. Seria bom se, além do empenho individual, os governantes, em todas as instâncias, também agissem da mesma maneira. Ajudaria muito a incentivar o moral dos trabalhadores e, certamente, o tempo de crise seria reduzido.


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