Folha de S. Paulo


Aproveite a crise

Para dizer a verdade, desde que eu me conheço por gente, sempre escutei que o Brasil está em crise. Meu avô já falava delas quando eu era pequena. Foram muitas, o que me faz pensar que somos um país expert em crises. Algumas mais profundas, outras nem tanto. A que estamos vivendo hoje será mais uma para nossos arquivos históricos.

É preciso ter claro que as crises também são momentos de oportunidades para revisão daquilo que já não está funcionando tão bem e mudar.

Nesse sentido, se a pessoa, empresa, Estado ou nação estão em crise, esse é o momento de rever a maneira como estão agindo e se posicionar de outra forma diante dos fatos e situações.

Muitas empresas precisarão rever seus quadros de funcionários e se ajustar ao momento, mas só demitir não resolverá o problema. É uma ação rápida, com resultado a curto prazo e sem visão de futuro. Será preciso rever projetos e processos e definir novas metas e políticas de investimento para que se consiga superar os momentos difíceis sem sucumbir. É necessário manter os melhores profissionais em seus quadros e desenvolver novos, porque as crises passam e a vida continua.

Isso vale também para o profissional. Se a sua situação na empresa não está boa, ou se sua relação no trabalho atual não o agrada, o que você pode fazer para mudar? Estabeleça prioridades e faça uma reserva financeira, se não a tem -infelizmente segundo as pesquisas da Serasa Experian, 69% dos brasileiros não poupam.

Não deixe de incluir nos seus planos algum investimento em qualificação profissional. Há muitas empresas e associações que oferecem cursos e palestras gratuitas que podem ajudar a alavancar contatos e melhorar a qualificação. Sorte é quando você está preparado para uma oportunidade que surge, e azar é exatamente o contrário.

Pense em sua carreira como investimento de médio prazo, não imagine que os resultados virão no dia seguinte à sua matrícula em um curso. Busque praticar seus conhecimentos, mesmo que seja em ações voluntárias. Pense no aprendizado e no quanto pode tirar de proveito da situação. Cabeça erguida! Nada de ficar reclamando como vítima das circunstâncias.


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