Folha de S. Paulo


Viver não tem rascunho

Acidentes e mortes súbitas acontecem diariamente e alguns deles nos mobilizam emocionalmente mais do que outros.

Diante de tragédias, pode-se pensar: de que vale planejar a vida e a carreira se podemos de uma hora para outra simplesmente desaparecer da face da terra?

Tenho que concordar que esse é um pensamento que nos coloca em uma situação de grande fragilidade e de impotência diante da vida e do desconhecido. Momentos assim podem até nos paralisar temporariamente.
Entretanto, e justamente para nos sentirmos um pouco mais no controle, é importante planejar minimamente a vida e a carreira para que elas tenham sentido enquanto estivermos aqui. Traçar sua rota, identificar seu propósito e encontrar o valor daquilo que você faz dá sentido e direção.

Não há nada que possamos fazer com relação ao acaso e a vida não tem rascunho.

Por isso, acredito ser importante viver de maneira coerente com o que acreditamos, com nossos valores, para que possamos sentir orgulho do que fazemos -para que nossa marca, durante o tempo em que estivermos aqui, seja positiva e até inspiradora.

Não é preciso ter nenhum cargo nobre ou diferenciado. De modo geral, todo trabalho tem seu valor e todas as atividades podem ajudar a melhorar a vida das outras pessoas, seja direta ou indiretamente.
Identificar quais motivos o fazem levantar todos os dias para ir trabalhar e encontrar o valor da atividade que é realizada fazem com que a vida tenha sentido e coerência.

Se você não consegue verificar na sua atividade ou na empresa em que trabalha esse propósito, uma finalidade que valha o investimento dos seus dias, é bom repensar quais são os critérios pelos quais você faz suas escolhas.

Por que você faz o que faz? Ter consciência de que você está fazendo o melhor que pode e se orgulhar do que faz, mesmo que tudo acabe hoje, pode ser uma experiência e tanto.


Endereço da página: