Folha de S. Paulo


Cientistas destroem vírus HIV com células de defesa 'recauchutadas'

DW Brasil
Símbolo da luta contra Aids; contra HIV, pesquisadores alteraram células de defesa
Símbolo da luta contra Aids; contra HIV, pesquisadores alteraram células de defesa

A "recauchutagem" de células de defesa do corpo é a nova aposta no arsenal de combate ao vírus HIV.

Até o momento, esse mesmo processo era usado para tratamentos mais efetivos contra alguns tipos câncer. Em casos de leucemia linfoide aguda, por exemplo, os resultados do tratamento foram animadores.

O procedimento, de maneira geral, consiste em alterar as células de defesa do corpo humano (os linfócitos T, transformando-os em células CAR-T) para que elas se liguem a um alvo e o destruam.

No caso do vírus causador da Aids, os pesquisadores apostaram na produção de células-tronco sanguíneas capazes de dar origem a células CAR-T com "encaixes" para a molécula CD4 -estrutura presente na superfície de células de defesa as quais o HIV se liga.

As moléculas de defesa geneticamente modificadas pelos pesquisadores também se ligam ao CD4. Dessa forma, quando o HIV se prende à essa estrutura, as CAR-T ativam o sistema imunológico, e o vírus invasor é destruído.

Segundo os cientistas, as células modificadas tiveram sucesso ao destruir o HIV. Nos testes em primatas, os cientistas conseguiram a produção contínua de células modificadas por dois anos.

As novas células apresentaram boa distribuição em tecidos linfáticos e no sistema gastrointestinal, locais que normalmente são usados pelo vírus para sua multiplicação.

O estudo foi publicado na última quinta (28), na revista científica "PLOS Pathogens" e financiado pela Amfar e pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos EUA.


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