Uma proteína presente no veneno de uma espécie de aranha potencialmente letal pode minimizar os danos cerebrais após um AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como derrame.
A pesquisa, feita por pesquisadores australianos, foi publicada na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences".
Os AVCs matam cerca de seis milhões de pessoas por ano no mundo e deixam outras cinco milhões com sequelas permanentes.
Gleen King, da Universidade de Queensland, na Austrália, começou a olhar com mais atenção para aranhas que fazem teias em forma de funil, conhecidas pelas poderosas toxinas presentes em seu veneno.
"Descobrimos uma pequena proteína, a Hi1a, que bloqueia os canais de íons no cérebro, que são elementos essenciais nos danos cerebrais após o AVC", disse King. "Acreditamos ter encontrado, pela primeira vez, uma forma de minimizar os danos cerebrais após o evento."
Segundo King, há grande expectativa quanto ao potencial da molécula para futuros tratamentos.
Até o momento foram feitos experimentos em camundongos. King diz acreditar que testes em humanos serão possíveis em até dois anos.
"Uma das coisas mais animadoras da Hi1a é que ela proporciona excepcionais níveis de proteção por até oito horas após o AVC", diz King. "A proteína também oferece certa proteção para a região central do cérebro, muito afetada pela privação de oxigênio provocada pelo derrame.