Folha de S. Paulo


Declínio da população de abelhas preocupa cientistas americanos

Mike Blake/Reuters
Abelhas buscam néctar e pólen em uma flor na cidade de Encinitas, na Califórnia (EUA)
Abelhas buscam néctar e pólen em uma flor na cidade de Encinitas, na Califórnia (EUA)

Um novo estudo traz preocupação com o significante declínio na população de abelhas nos Estados Unidos desde 2008.

O trabalho dos pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis e da Universidade de Vermont, publicado na revista científica "PNAS", apontou ainda 139 regiões do país onde o sumiço dos animais é mais crítico, especialmente por impactar a polinização e a agricultura.

Essas 139 regiões, espalhadas por cerca de 20 Estados americanos, representam 39% da produção agrícola americana. Vários locais são especializados na produção de itens como abóboras, melancias, peras, pêssegos ou maçãs, que dependem especialmente do trabalho de polinização das abelhas para prosperar.

Os pesquisadores atribuem o sumiço das abelhas a fatores como perda do habitat natural, mudança climática e ao uso excessivo de pesticidas. Há ainda a possibilidade de que os bichos estejam se contaminando com alguma doença pouco conhecida.

O estudo cita ainda que alguns produtores já estão contratando serviços de polinização -ou seja, espalhando deliberadamente abelhas para compensar a ausência dos animais que outrora faziam o serviço.

"Mas isso tem um custo, o que significa que os consumidores vão passar a pagar mais caro pela comida", afirma o cientista Insu Koh, um dos autores da pesquisa.

Além disso, a questão não se refere apenas à produção agrícola. "Também há impactos sobre os ecossistemas naturais, porque 70% das plantas que dão flores depende de polinização animal", diz Koh.

Ele sugere que sejam tomadas medidas para reintroduzir o habitat natural das abelhas perto de áreas de plantação -se houver árvores, elas podem fazer as suas colméias no topo, por exemplo.


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