Folha de S. Paulo


Crise de integridade ética na ciência é global, dizem estudos

Estudos realizados sobre integridade científica mostram que o problema da integridade científica é global, afetando nações ricas e pobres.

Um artigo publicado em abril de 2014 no "Journal of the Medical Library Association" analisou publicações datadas entre 2008 e 2012 e indicou que o país com a maior quantidade de artigos retratados ("despublicados") foram os Estados Unidos, com 24,2% do total.

O Brasil está na 17ª posição entre os 53 que tiveram trabalhos cancelados.

Entre os retratados por plágio, os líderes são Itália, Turquia, Irã e Tunísia. Entre as publicações duplicadas, lideram Finlândia, China e mais uma vez a Tunísia.

DESCONFIANÇA

Para especialista, porém, os países emergentes ainda enfrentam especial desconfiança em alguns periódicos.

"Embora não seja dito explicitamente, algumas editoras internacionais têm mais ressalvas quando aos artigos vêm de países emergentes."

A opinião é do diretor do programa Scielo (plataforma brasileira que congrega periódicos científicos), Abel Packer.

"É, uma questão, vamos chamar, etnocentrista", afirma Packer, que garante que não há indicadores que justifiquem essa preocupação por parte das revistas.

Ele afirma que o país mais afetado costuma ser a China, que passou por uma expansão da produção científica que, inicialmente, teve muitos problemas de integridade dos dados.

Segundo Packer, o Brasil é hoje afetado em escala menor.

"A pesquisa brasileira é reconhecida pela qualidade em várias áreas. Nossos pesquisadores publicam onde quiserem", avalia.

Infográfico: Picaretagem Acadêmica


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