Folha de S. Paulo


Nave russa que perdeu controle se desintegra sobre o oceano Pacífico

Roscosmos - 28.abr.2015/EFE
Progress M-27M, acoplada ao foguete Soyuz durante lançamento de Baikonur, no Cazaquistã
Progress M-27M, acoplada ao foguete Soyuz durante lançamento de Baikonur, no Cazaquistão

A nave espacial não tripulada Progress se desintegrou completamente na atmosfera acima do oceano Pacífico durante sua queda livre em direção à Terra, uma semana após os operadores russos terem perdido o controle da nave.

Os operadores de voo russos haviam perdido o controle da Progress horas após seu lançamento há uma semana propulsada por um foguete Soyuz. A nave espacial deveria ter se aproximado em 28 de abril da Estação Espacial Internacional (ISS) para abastecê-la, mas fracassou em sua missão.

A Progress começou então uma queda descontrolada em direção à Terra. A agência espacial russa (Roskosmos) não deu mostras de preocupação, já que praticamente todas as naves espaciais deste tipo se desintegram na atmosfera ou aterrissam nos oceanos, que ocupam a maior parte da superfície terrestre.

A queda do cargueiro não coloca em risco a tripulação da ISS, que dispõe de vários meses de reservas.

Uma nave de abastecimento Dragon, da companhia americana SpaceX, deve chegar à ISS a partir de 19 de junho com 2,2 toneladas de material científico e provisões.

A perda desta nave, que custou quase 500 milhões de euros, constitui um duro golpe para a indústria espacial russa, um setor estratégico que historicamente foi um orgulho para o país.

Uma comissão de investigação russa esclarecerá as circunstâncias do incidente, que parece ter ocorrido no momento da separação entre a nave e o foguete, disse o vice-presidente da Roskosmos, Alexandre Ivanov.

Os resultados da investigação serão divulgados até 13 de maio.

NOVOS PLANOS DE LANÇAMENTO

"O lançamento e o voo do foguete ocorreram com normalidade, mas um segundo e meio antes da separação da nave (da última parte do foguete), os instrumentos de medição pararam de transmitir", explicou o presidente da Roskosmos, Igor Komarov.

Alguns dias antes deste incidente, um foguete experimental russo havia explodido logo após seu lançamento em uma zona desabitada do norte da Rússia. No verão de 2013, um foguete Proton com seus três caros satélites Glonass - o futuro sistema de navegação por satélite russo - explodiu no momento da decolagem.

No entanto, a Roskosmos apontou as circunstâncias imprevistas no caso da Progress, que não colocavam em xeque futuros lançamentos de foguetes Soyuz para levar suprimentos aos astronautas da ISS.

"Vamos corrigir os planos de lançamento das duas Progress deste ano, um previsto para o terceiro trimestre e o outro para o quarto", indicou Ivanov, lembrando que, de 1.800 lançamentos, a taxa de sucesso é de 91,3%.

As agências de notícias russas, citando fontes da indústria aeroespacial do país, informaram na quinta-feira que a próxima missão espacial que deveria enviar astronautas à ISS, prevista para 26 de maio, poderá ser adiada em duas semanas devido aos problemas na Progress.

No entanto, a Roskosmos não confirmou estas informações, e apenas cancelou uma coletiva de imprensa marcada para esta sexta-feira com os três membros da tripulação desta expedição.

Editoria de Arte/Folhapress

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