Folha de S. Paulo


Pontapé simbólico da Copa acontece de forma discreta

Durante a abertura da Copa do Mundo, um dos momentos mais aguardados passou de forma quase despercebida. O pontapé inicial simbólico da competição dado por um jovem paraplégico utilizando uma veste robótica controlada por sinais cerebrais ocorreu num canto do campo às 15h35 e durou poucos segundos pela televisão.

Mais tarde, cerca de 20 minutos antes do início do jogo, a Globo voltou a exibir as imagens. Em câmera lenta, foi possível ver o rapaz mexendo a perna e chutando a bola. As imagens, porém, não mostram o brasileiro caminhando, como havia sido prometido pelo projeto. Um texto no site oficial da Copa (www.copa2014.gov.br), publicado no dia 9 de junho, afirma que "um paciente paraplégico, movimentando uma veste robótica controlada pela atividade cerebral (exoesqueleto), irá se levantar de uma cadeira de rodas, caminhar por cerca de 25 metros no campo e dar o primeiro chute da Copa".

Resultado de quase dois anos de esforços, o projeto de desenvolvimento do esqueleto-robô batizado de "BRA-Santos Dumont 1" foi liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que trabalha desde o fim dos anos 1980 nos Estados Unidos.

Pelo Twitter, Nicolelis escreveu "We did it!!!!" [conseguimos]. Em sua página no Facebook, internautas aplaudiam o feito, outros reclamavam por não terem visto a apresentação e outros se diziam decepcionados.

A pessoa que utilizou a veste robótica chama-se Juliano Pinto, 29, vive na cidade de Gália (a 393 km de São Paulo) e sofreu o acidente de carro que o deixou paraplégico aos 26 anos.

Segundo Nicolelis, o objetivo dessa primeira missão é permitir que pacientes paraplégicos readquiram a capacidade de andar autonomamente e experimentem uma melhora da qualidade de vida. O projeto recebeu R$ 33 milhões do governo federal.


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