Folha de S. Paulo


Microtransmissor é colocado em abelhas para estudar comportamento

Biólogos do Kew Gardens, o jardim botânico de Londres, estão testando um microtransmissor projetado para monitorar o comportamento das abelhas.

O rastreador usa uma tecnologia simples baseada no equipamento usado para rastrear paletes em armazéns, disse o criador, Mark O'Neill.

O dispositivo tem um alcance de até 2,5 m, ante 1 cm de modelos anteriores.

O rastreador é composto de um chip identificador por radiofrequência tradicional (RFID) e uma antena especialmente projetada, criada por O'Neill para ser mais fina e mais leve que outros modelos usados para rastrear pequenos insetos, o que permite o aumento do alcance.

O engenheiro, que é diretor técnico da empresa de tecnologia Tumbling Dice, de Newcastle, tenta patentear a invenção.

"A primeira etapa foi fazer etiquetas de pré-produção usando componentes que eu poderia comprar facilmente", disse ele.

Andrew McRobb
Chip em abelha tenta desvendar mistério de declínio em espécie
Chip em abelha tenta desvendar mistério de declínio em espécie

"Eu quero fazer componentes aéreos otimizados que sejam muito menores... Eu fiz cerca de 50 até agora".

A ideia é ter receptores-leitores espalhados no caminho entre uma colmeia e uma flor a fim de rastrear os sinais de como as abelhas se movem livremente na natureza.

Para Sarah Barlow, bióloga do Kew Gardens especializada em restauração de ecossistemas danificados, a nova tecnologia "abrirá possibilidades para cientistas rastrearem abelhas na natureza."

"Esta peça do quebra-cabeça, o comportamento das abelhas, é absolutamente vital se quisermos entender melhor por que nossas abelhas estão lutando (pela sobrevivência) e como podemos reverter o seu declínio".

REFRESCANDO AS ABELHAS

Os minúsculos rastreadores, que têm apenas 8 mm de altura e 4,8 mm de largura, estão presos às abelhas com supercola em um processo que leva de cinco a 10 minutos. As abelhas são refrigeradas primeiro para que fiquem mais dóceis.

"Elas fazem um barulho infernal", disse O'Neill.

Ele disse à BBC esperar que os rastreadores - que pesam menos do que uma abelha e estão unidos ao seu centro de gravidade para que não afetem o voo dos insetos - permaneçam anexados por três meses, a vida útil estimada.

Os aparelhos só foram instalados em abelhas operárias, que não acasalam.


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