Folha de S. Paulo


Galeria de Londres desafia público a detectar quadro falso em exibição

O nome da pintura a óleo misteriosa só será revelado em abril pela Dulwich Gallery

A Dulwich Picture Gallery, no sul de Londres, quer desafiar o público a diferenciar uma obra de arte original de uma cópia.

BBC
O nome da pintura a óleo misteriosa só será revelado em abril pela Dulwich Gallery
O nome da pintura a óleo misteriosa só será revelado em abril pela Dulwich Gallery

A galeria encomendou a um estúdio de arte chinês uma reprodução de US$ 120 de uma pintura a óleo de seu acervo, cujo nome ainda não foi revelado, e vai expô-la como um original a partir de 10 de fevereiro.

Tudo faz parte de uma "intervenção" coordenada pelo artista conceitual Doug Fishbone, intitulada "Made in China".

Debate

Fishbone espera que o experimento levante questões sobre a natureza e a importância de uma obra de arte original.

"No Ocidente, vemos réplicas como algo problemático, falso. Na China, a noção de copiar artefatos culturais é vista de forma totalmente diferente", explica o americano.

BBC
A réplica custou US$ 120 e faz parte de uma intervenção artística para debater questões sobre autenticidade
A réplica custou US$ 120 e faz parte de uma intervenção artística para debater questões sobre autenticidade

"A ideia de colocar uma réplica chinesa num museu ocidental me parece instigante".

A réplica custou US$ 120 e faz parte de uma intervenção artística para debater questões sobre autenticidade

Para o diretor da galeria, Ian Dejardin, a intervenção vai levar o público a olhar arte de uma outra maneira.

A escolha da China não aleatória. A região sul do país é a "campeã mundial" da reprodução em massa de obras de arte.

Os estúdios da cidade de Dafen, por exemplo, produzem e exportam cinco milhões de cópias de obras de arte por ano.

Na China, apenas a cidade de Dafen reproduz e distribui cerca de cinco milhões de obras de arte por ano

O nome da obra misteriosa será divulgado em abril pela Dulwich Gallery. A pintura será pendurada em meio à coleção permanente da galeria, que conta com 270 quadros, incluindo obras de mestres como Rembrandt.

Durante três meses, visitantes poderão tentar detectar a diferença.

Um porta-voz da galeria disse que não há risco de o experimento desvalorizar obras originais de arte.

"Há uma longa tradição de reprodução de obras famosas. Grandes mestres, por exemplo encorajavam cópias de seu trabalhos por seus discípulos".


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