Folha de S. Paulo


Exportadoras lideram altas da Bolsa brasileira em 12 meses

A valorização de 50,7% do dólar nos 12 meses encerrados em julho beneficiou as ações de empresas exportadoras, que lideraram as altas do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, no período.

Já a queda de 44,2% dos preços do minério de ferro em 12 meses derrubou as cotações da Metalúrgica Gerdau e também afetou o desempenho da Bradespar —holding que possui participação na Vale.

Para investir na Bolsa, é preciso abrir conta em uma corretora ou em um banco. A abertura da conta não envolve custos, mas há cobrança de taxas, como de corretagem e custódia, para cada operação de compra e venda.

É importante se informar sobre as perspectivas do setor e das influências do exterior antes de comprar os papéis de uma empresa. O investidor com dúvida deve pedir ajuda à corretora ou ao banco para avaliar as informações de interesse.

Planejadores financeiros recomendam ao pequeno investidor, que geralmente tem menos tempo para acompanhar o mercado, ter sempre foco no retorno de longo prazo (de três a cinco anos, no mínimo). Além disso, também é preciso diversificar o portfólio de investimentos com outras opções, como títulos públicos, por exemplo.

Confira, na lista abaixo, as cinco maiores altas e as cinco piores quedas nos 12 meses encerrados em julho de 2015.

MAIORES ALTAS

1 - Fibria (celulose)

Os papéis da empresa lideraram as altas do Ibovespa nos 12 meses encerrados em julho, após subirem 104,49%, para R$ 45,54. No ano, a valorização é de 40,08%. Os papéis são favorecidos pela alta do dólar. Como a empresa é exportadora, boa parte de sua receita é em dólar, e a alta da moeda americana favorece a companhia.

2 - Suzano (papel e celulose)

Segunda maior alta no Ibovespa em 12 meses, a Suzano também se beneficiou da valorização do dólar. Como a empresa é exportadora, boa parte de sua receita é na moeda americana. A alta da divisa favorece a companhia. Em 12 meses, as ações ganharam 90,8%. No ano, acumulam avanço de 49,24%.

Jefferson Coppola/Folhapress
Funcionrios da Suzano Papel e Celulose em meio a bobinas de papel carto da linha de acabamento
Funcionrios da Suzano Papel e Celulose em meio a bobinas de papel carto da linha de acabamento

3 - Klabin (papel e celulose)

Assim como as duas primeiras colocadas, a empresa também se beneficiou da alta de 50,7% do dólar em 12 meses, o que impulsionou parte de sua receita. No período, a Klabin acumulou ganho de 87,05% em suas ações, que encerraram julho cotadas a R$ 21,23. No ano, os papéis da empresa têm valorização de 45,51%. A companhia teve alta anual de 21% no lucro líquido do segundo trimestre.

Marcelo Min - 14.ago.2000/Folhapress
Fabricação de papelão na Klabin - empresa se beneficiou da alta de 50,7% do dólar em 12 meses
Fabricação de papelão na Klabin - empresa se beneficiou da alta de 50,7% do dólar em 12 meses

4 - JBS (alimentação)

Os papéis da empresa registraram ganho de 84,55% no acumulado de 12 meses encerrados em julho, até R$ 15,41. No ano, as ações da JBS sobem 37,59%. A empresa se destaca por ser a maior produtora de frango e carne bovina nos EUA, e, por isso, é beneficiada por um aumento da cotação do dólar. A companhia suspendeu recentemente as atividades de algumas unidades pela oferta limitada de animais e por uma demanda mais fraca.

Pablo Porciuncula/AFP
Gado aguarda enfileirado antes de ser abatido
Gado aguarda enfileirado antes de ser abatido

5 - Lojas Renner (varejo)

As ações da empresa acumularam ganho de 58,96% nos 12 meses encerrados em julho, para R$ 108,89 cada uma. No ano, as ações da Renner sobem 42,4%. A empresa viu seu lucro líquido saltar 33,5% no segundo trimestre do ano na comparação anual, para R$ 158,2 milhões. As vendas em mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) subiram 14,5%, ante 10% um ano antes.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Pedestres passam em frente a loja da Renner na Avenida Paulista, em São Paulo
Pedestres passam em frente a loja da Renner na Avenida Paulista, em São Paulo

MAIORES QUEDAS

1 - Metalúrgica Gerdau (setor metalúrgico)

A queda de 44,2% do minério de ferro prejudicou as ações da metalúrgica nos 12 meses até julho. No período a Metalúrgica Gerdau registrou desvalorização de 78,3% de suas ações, para R$ 3,50. No ano, a queda é de 69,03%. O movimento foi influenciado pela perda de 55,8% da siderúrgica Gerdau, sua controlada, no mesmo período. Os setores de siderurgia e metalurgia como um todo têm sofrido nos últimos meses com a queda nos preços do minério de ferro (um dos principais componentes do aço), aumento da oferta e baixa demanda.

Edson Silva - 21.ago.2014/Folhapress
Operários trabalham em metalúrgica no interior de São Paulo
Operários trabalham em metalúrgica no interior de São Paulo

2 - Oi - ações preferenciais (comunicações)

As ações mais negociadas e sem direito a voto da operadora de telefonia móvel caíram 67,07% entre julho de 2014 e o mesmo mês deste ano, para R$ 4,84 cada uma. Em 2015, acumulam queda de 43,79%. A empresa tenta adquirir concorrentes no setor, mas ainda não obteve sucesso.

Em agosto do ano passado, a Oi informou que havia contratado o BTG Pactual para coordenar uma possível oferta de compra da TIM, em parceria com a Telefonica Brasil e a Claro, da mexicana América Móvil. Especialistas de mercado têm se mostrado céticos com a possibilidade de 'protagonismo' da Oi no processo, dado o elevado endividamento da empresa, que é menor do que a TIM.

Marcelo Sayão - 16.jul.2008/Efe
Cabine telefônica da operadora de telefonia Oi no Rio de Janeiro
Cabine telefônica da operadora de telefonia Oi no Rio de Janeiro

3 - CSN (siderurgia)

As ações da empresa registram queda de 62,18% nos 12 meses encerrados em julho, para R$ 4,33, prejudicadas pela queda no preço do minério de ferro. No ano, a desvalorização é de 22,40%. Os setores de siderurgia e metalurgia como um todo têm sofrido nos últimos meses com a queda nos preços do minério de ferro (um dos principais componentes do aço), aumento da oferta e baixa demanda.

4 - Gol (aviação)

A valorização do dólar prejudicou o balanço da companhia aérea, que possui um elevado nível de endividamento na moeda americana. Nos 12 meses terminados em julho, as ações da aérea registraram queda de 58,63%, para R$ 5,68. No ano, os papéis têm queda de 62,58%. Recentemente, a empresa reduziu a oferta de assentos como um todo no mercado doméstico no segundo semestre em 1,6% sobre um ano antes.

Zanone Fraissat - Folhapress
Interior de aeronave da companhia aérea Gol
Interior de aeronave da companhia aérea Gol

5 - Bradespar (investimentos)

A companhia de investimentos possui participação na mineradora Vale e, afetada por isso, acumula desvalorização de 57,22% nas suas ações nos 12 meses até julho, para R$ 9,84. No ano, os papéis caem 31,19%. A desvalorização de 44,2% dos preços do minério de ferro no período ajudaram a derrubar as ações da mineradora. Os papéis preferenciais da Vale têm queda de 49,7% em 12 meses, enquanto as ações ordinárias perdem 45,1% no período.


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