Folha de S. Paulo


Entra em vigor na China proibição total do comércio de marfim

Bobby Yip/Reuters
Presas de elefante apreendidas em Hong Kong
Presas de elefante apreendidas em Hong Kong

A proibição total do comércio de marfim na China entrou em vigor neste domingo (31). O país já foi o principal mercado para as presas de elefante de contrabando.

"A partir de hoje a compra e venda de marfim e de produtos derivados por parte de mercados, lojas e comerciantes é ilegal", declarou o Ministério das Florestas em sua conta de Weibo.

"De agora em diante, se um comerciante lhe disser que é um 'vendedor de marfim autorizado pelo Estado', estará lhe enganando e violando intencionalmente a lei", acrescentou.

O ministério detalha que a proibição abrange também o comércio eletrônico e os suvenires adquiridos no exterior.

A agência oficial chinesa Xinhua afirmou que uma primeira proibição parcial do comércio do marfim levou a uma queda de 80% dos confiscos do marfim que entrava no país.

Os preços do marfim bruto na China também caíram 65%, segundo a mesma fonte.

A proibição total foi anunciada no final de 2016.

Em março, a Xinhua informou do fechamento de 67 oficinas e lojas envolvidas no comércio de marfim. As 105 restantes deveriam fechar neste domingo.

A China havia proibido anteriormente as importações de marfim e produtos derivados adquiridos antes de 1975.

O marfim é muito cobiçado na China, onde chegava a custar até 1.100 dólares o quilo, porque é considerado um símbolo de status social.

A forte demanda do país alimentou o massacre de dezenas de milhares de elefantes africanos por ano.

A caça ilegal provocou uma diminuição da população de elefantes de 110.000 exemplares em dez anos, chegando a 415.000, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).


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