Folha de S. Paulo


Em artigo, Obama afirma que energia limpa segue caminho irreversível

Saul Loeb/AFP
O atual presidente americano escreveu artigo na revista
O atual presidente americano escreveu artigo na revista "Science"

O democrata e presidente americano Barack Obama escreveu um artigo de opinião para a prestigiosa revista "Science" desta semana. O tema é um dos mais recorrentes neste período de transição de governos –energia limpa e emissões de carbono.

Isso porque para o presidente eleito Donald Trump o assunto não é dos mais caros. O republicano assume o posto no próximo dia 20 de janeiro e será o 45º homem a comandar o país. Scott Pruitt, nome que Trump anunciou para comandar a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, é um dos que não acreditam que exista ligação entre a atividade humana e o aquecimento global.

Em seu texto, Obama afirma que a caminhada rumo ao uso de fontes mais limpas de energia –como solar e eólica– é irreversível.

Historicamente, a maior quantidade de emissões de gases do efeito estufa está associada ao crescimento da economia –tanto que nos anos em que existe estagnação econômica se observa uma desaceleração das emissões.

Agora, segundo Obama, isso não é mais necessariamente verdade. Citando o período entre 2008 e 2015, o presidente afirma que as emissões do setor energético caíram 9,5%, enquanto a economia cresceu 10% –no mesmo período houve menor emissão por dólar do PIB americano.

O prejuízo de deixar de lado essa questão (relegar o planeta ao aquecimento) poderia causar prejuízos anuais estimados entre 1% e 5% do PIB global anualmente por volta do ano 2100.

GESTÃO

O atual presidente afirma que em sua gestão houve avanços, como o estabelecimento de medidas para regulamentar a economia de combustível em automóveis –e consequente menor emissão de gases-estufa.

O total de 8 bilhões de toneladas de CO2 deixariam de ir para a atmosfera durante vida-útil dos veículos, de acordo com cálculos do governo americano. Anualmente, os EUA emitem pouco mais de cerca de 5 bilhões de toneladas.

A tendência à descarbonização é acompanhada por empresas como Alcoa, gigante do alumínio, e General Motors, que querem reduzir em 30% e 20% suas emissões de carbono, respectivamente.

Quanto ao preço das energias renováveis, ao contrário do que Sott Pruitt já declarou, Obama afirma que os custos diminuíram 41% para a eólica e entre 54% e 64% para a energia solar (fotovoltaica).

Para ele, o momento global é favorável aos avanços na mudança de matriz energética em todo o mundo. "Apesar das incertezas políticas que enfrentamos, eu permaneço convencido de que não há país mais preparado para enfrentar o desafio climático e colher os benefícios de um futuro de baixo carbono do que os EUA", escreveu Obama.


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