Folha de S. Paulo


Canadá afirma que fechará termelétricas a carvão até 2030

Greg Goebel/Flickr
Superfície de mina de carvão em Gillette, Wyoming
Superfície de mina de carvão em Gillette, Wyoming, EUA

O governo do Canadá anunciou nesta segunda-feira (21) que fechará suas usinas termelétricas a carvão até 2030 para acelerar a redução das suas emissões de gases de efeito estufa, no âmbito do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.

Suas usinas, situadas em quatro províncias, produzem cerca de 10% destes gases, de modo que seu fechamento será equivalente a retirar de circulação 1,3 milhão de veículos, explicou a ministra do Meio Ambiente, Catherine McKenna, durante uma coletiva de imprensa.

A ministra estabeleceu como novo objetivo a redução de 80% das emissões de gases do efeito estufa até 2050, em comparação com os níveis de 2005.

Os ecologistas e uma parte da oposição vinham criticando, até agora, que o governo liberal de Justin Trudeau tenha mantido as mesmas metas de redução de gases de efeito estufa que o governo conservador anterior, ou seja, de 30% até 2030.

Com os fechamentos, se reduzirá "mais de cinco milhões de toneladas" de emissões de carbono produzidas pelo Canadá em 2030, explicou McKenna.

Cerca de 80% da eletricidade produzida no país provém hoje de energias renováveis, e a ideia é aumentar a porcentagem até 90% nos próximos 15 anos.

As províncias de Alberta, Saskatchewan, Novo Brunswick e Nova Escócia poderão fechar completamente suas usinas a carvão ou recorrer "a tecnologias de captura e de armazenamento de gás carbônico", indicou McKenna.

Segundo a ministra, o Canadá está acelerando seu objetivo de fechamento de usinas termoelétricas a carvão, assim como fizeram a "França, Reino Unido, Holanda, Dinamarca e Áustria".

Outras medidas similares serão anunciadas em breve para as usinas a gás natural, prometeu McKenna.

Jean-Thomas Bernard, especialista em energia da Universidade de Ottawa, minimizou a relevância do anúncio, destacando que "o carvão é relativamente pouco importante no contexto canadense".

O mais difícil para o governo de Trudeau está por vir, dado que este ainda não fixou os objetivos de redução para o setor petroleiro, principal fonte do aumento de emissões de gases de efeito estufa do Canadá nos últimos anos.


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