Folha de S. Paulo


Metade das espécies de árvores na Amazônia está em risco

Cerca de metade das 15.000 espécies de árvores na Amazônia está ameaçada pelo desmatamento, de acordo com um estudo internacional divulgado na última sexta-feira (20).

"Pelo menos 36% e até 57% de todas as espécies de árvores na Amazônia podem ser classificadas como ameaçadas", relata a pesquisa publicada na "Science Advances", que usou critérios da IUCN (Union for Conservation of Nature).

Se o cenário continuar no ritmo atual, cerca de 40% da selva original amazônica estará destruída até 2050, advertiram os especialistas. Eles acrescentam, porém, que, se forem tomadas estritas medidas de conservação, esse número pode cair pela metade.

A boa notícia é que importantes populações de árvores em perigo estão nas zonas protegidas da região amazônica. De acordo com os pesquisadores, é chave manter uma vigilância constante de espécies valiosas, como a castanha-do-pará –63% dos quais podem se perder até 2050–, caso se queira preservar a capacidade de absorção de dióxido de carbono dessa região.

Se este panorama não mudar, o cacau pode recuar em 50% em 35 anos, e a palma de açaí, em 75%, completou o estudo, que contou com pesquisadores de 21 países.

"Ou defendemos e protegemos esses importantes parques e reservas indígenas, ou o desmatamento vai evoluir até que vejamos extinções em larga escala", disse o principal autor do estudo, Hans ter Steege, do Centro de Biodiversidade Natural da Holanda.

As emissões do Brasil estão em seu segundo nível mais alto em seis anos. Na Colômbia, a mineração ilegal, o desmatamento para áreas de cultivo, os incêndios e a seca são as principais causas da destruição da mata, segundo o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (Ideam). Quase metade (45%) dos terrenos desmatados no ano passado na Colômbia está na Amazônia.


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