Folha de S. Paulo


Rede de ONGs propõe metas para economia sustentável

O Observatório do Clima –rede que reúne 37 entidades da sociedade civil com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro– apresentou hoje um documento com propostas rumo a uma economia mais sustentável.

O Observatório espera que o documento seja uma contribuição para as Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDC, em inglês), metas que os países deverão apresentar até 1º de outubro deste ano na 21ª Conferência do Clima da ONU, que vai acontecer em Paris, no fim do ano.

O governo brasileiro ainda não indicou as bases da INDC que levará para a reunião da França. "Os documentos de outros países às vezes não são muito detalhados. O Observatório do Clima traz orientações para a INDC do Brasil tanto em tem termos de estrutura quanto em termos do nível de ambição necessária para ele faça sua parte", disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório.

De acordo com o documento, o Brasil deve se comprometer a limitar suas emissões de gases-estufa a 1 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente até 2030. O número representa 35% de redução em relação às emissões de 2010.

Entre as propostas apresentadas também está zerar o desmatamento e evitar a expansão de fontes de energia fóssil.

Para atingir os objetivos, o documento propõe zerar a perda de cobertura florestal e recuperar as áreas degradadas em áreas de preservação permanente e reserva legal. Ampliar a eficiência energética e aumentar uso de energias renováveis são atitudes que também devem ser tomadas.

Em termos de orçamento, o documento prevê que até 2020, todos os Plano Plurianuais e orçamentos federais do Brasil devam incluir recursos claros para financiamento das ações necessárias à conquista das metas propostas na INDC.

"Queremos demonstrar que é factível permanecer dentro do limite proposto. É uma meta robusta, mas é uma forma de contribuir substancialmente para um acordo mais ambicioso em Paris", disse Rittl.


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