Folha de S. Paulo


Tatu-bola vai ganhar plano nacional de conservação

Mascote da Copa do Mundo 2014 e com risco de entrar em extinção, o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) vai ganhar até o fim do ano um plano nacional de conservação.

O anúncio foi feito pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). O plano será estabelecido e executado em uma parceria do governo com organizações como ONGs e universidades.

Por um ano, cientistas vão definir ações para a conservação. As metas deverão ser realizadas em cinco anos.

Com a carência de informações sobre a espécie, uma das estratégias será o fomento à pesquisa científica. Segundo a coordenadora da Associação Caatinga, Aby Rodrigues, o programa deve ter ações educacionais onde o animal é intensamente caçado.

O tatu-bola vive nas regiões Norte e Nordeste do país. É uma espécie endêmica da caatinga e do cerrado. Cientistas afirmam que o fim desta espécie traria um desequilíbrio ecológico aos biomas. Uma das principais consequências seria uma infestação de cupins, base da alimentação dos tatus, o que poderia atingir a agricultura.

Especialistas estimam que, se nada for feito para a conservação, em 50 anos o animal poderá estar extinto.

A população de tatus-bolas teve uma redução de 30% na última década. Um dos principais motivos para a queda brusca da população é a diminuição da área e qualidade de seu habitat.

"Extensas áreas do cerrado estão sendo transformadas em pastagens", afirmou o coordenador do Cecat (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e da Caatinga), Onildo João Marini Filho.

Segundo o Ibama, o cerrado e a caatinga perderam quase a metade de sua cobertura vegetal original.

Rodrigues diz que a caça predatória e de subsistência ameaça o tatu. A fragilidade da espécie é fator de risco para o mascote da Copa: pequeno, tem até 50 cm de comprimento e 1,2 kg de peso.


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