Folha de S. Paulo


Dados do governo mostram tendência de queda no desmatamento na Amazônia

Dados divulgados pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente) nesta sexta-feira (21) apontam uma tendência de redução nos índices de desmatamento da Amazônia para este ano, que haviam aumentado no ano passado.

O Deter, sistema de monitoramento por satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) , registrou uma queda de 19% nos alertas de desmatamento entre agosto de 2013 e janeiro de 2014, comparado com o mesmo período do ano passado.

Isso significa que houve queda nas áreas possivelmente degradadas na Amazônia. Esses dados, porém, não medem exatamente o desmatamento e têm como objetivo alertar a fiscalização. A medição do desmatamento propriamente dito é feita pelo Prodes (Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites), cujo último resultado foi divulgado em novembro do ano passado e apontou alta de 28% no corte de árvores.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que houve intensificação da fiscalização, citando, por exemplo, o uso de vants (veículos aéreos não tripulados) para melhorar o alcance do monitoramento.

"Há uma tendência de redução, é um bom indicativo", afirmou o presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior.

Tradicionalmente, porém, após o mês de janeiro a tendência é haver pressão para aumento no derrubada de vegetação, segundo dados do Deter dos anos anteriores. Isso porque termina o período chuvoso na Amazônia e o cenário fica mais propício para a derrubada das árvores e transporte da madeira.

Pelos dados do Deter divulgados hoje, Mato Grosso, Pará e Rondônia tiveram a maior quantidade de áreas possivelmente degradadas, com, respectivamente, 375 km², 294 km² e 175 km². Os índices, porém, são menores do que o do mesmo período anterior.

No total, o Deter detectou alertas de desmatamento em 1.162,50 km², enquanto no período anterior havia sido em 1.427,99 km².

A partir desses dados, o foco do governo federal é intensificar a fiscalização nos locais onde foram detectados alertas de desmatamento. Segundo o presidente do Ibama, há duas principais linhas de ação: operações para prevenir e possibilitar resposta rápida aos alertas e operações para atingir a cadeia econômica da derrubada ilegal de florestas.


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