Folha de S. Paulo


Polônia demite ministro que chefia a conferência mundial do clima

Na reta final das negociações da COP-19 (19ª Conferência Mundial do Clima da ONU), o primeiro ministro da Polônia, Donald Tusk, demitiu seu ministro do Meio Ambiente, Marcin Korolec, que é também presidente da conferência.

O evento vai até sexta-feira em Varsóvia e reúne 195 países. Segundo Tusk, apesar de sair da pasta, Korolec continuará nas negociações climáticas.

Seu substituto no ministério, Maciej Grabowski, assumiu com a promessa de promover o uso do gás xisto na Polônia.

A decisão, na reta final da conferência do clima, foi criticada por ambientalistas.

Em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira, o primeiro ministro polonês explicou a decisão.

"É por uma radical aceleração das operações de gás xisto. O senhor Korolec continuará o representante do governo com plenos poderes nas negociações climáticas:, afirmou o primeiro ministro polonês em entrevista coletiva.

"Isso é loucura", disse Maciej Muskat, diretor do Greenpeace na Polônia, que criticou o momento da mudança.

"Além disso, justificar a mudança do ministro com a necessidade de acelerar a exploração de outro combustível fóssil na Polônia [gás xisto] é algo que não há palavras para descrever, especialmente quando a maioria dos poloneses espera ver aumento de investimento em energias renováveis", completou.

O primeiro ministro polonês também promoveu mudanças no comando de outras pastas: Educação, Finanças, Ciência, Esporte e Administração.

CRÍTICAS

Desde o início da conferência do clima, o agora ex-ministro do Meio Ambiente e o governo da Polônia foram alvos de críticas.

O país, que tem mais de 80% de sua eletricidade gerada com carvão, recebeu, com apoio do governo, a conferência mundial da indústria mineral também nesta semana. Uma coincidência de datas que irritou muita gente e provocou diversos protestos.

A jornalista GIULIANA MIRANDA viajou a convite da Deutsche Welle Akademie


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