Folha de S. Paulo


Austrália e Japão recuam de promessas na conferência do clima

A primeira semana da COP-19 se dividiu entre a comoção com a tragédia nas Filipinas -com os países mais afetados pelas mudanças climáticas pressionando por mais ação- e países desenvolvidos tentando recuar de seus compromissos ambientais.

O Japão anunciou na sexta-feira que abandonaria sua meta de redução de emissões em 25%, até 2020, em comparação às taxas de 1990. Em vez disso, o país asiático deverá emitir 3,1% a mais do que no mesmo período.

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A justificativa dos japoneses é que, com a paralisação das usinas nucleares após os vazamentos radioativos em Fukushima, a meta precisará ser revista. Até o acidente, um quarto da energia do país era produzida por esse método, que não emite gases-estufa.

A Austrália foi criticada por acenar com mudanças em sua legislação ambiental, que era considerada exemplar por ambientalistas. O país também não apresentou nenhum compromisso de financiamento a países afetados pelas mudanças climáticas.

O negociador-chefe das Filipinas, Yeb Saño, continua a greve de fome que iniciara para pressionar por ações concretas na conferência.

Alguns ambientalistas decidiram se juntar a ele e também estão jejuando. Sua petição online para pressionar por mais ação dos governantes obteve 100 mil assinaturas em poucas horas.


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