Folha de S. Paulo


Ativistas param de comer em solidariedade a diplomata filipino em greve de fome

Dezenas de ambientalistas presentes na COP-19 (conferência mundial do clima da ONU) anunciaram nesta terça-feira que irão parar de se alimentar em solidariedade ao diplomata filipino Naderev 'Yeb' Sano, que entrou em greve de fome para pressionar para a liberação de verbas para as nações mais atingidas pelas mudanças climáticas.

Sano anunciou sua decisão na segunda-feira, na plenária de abertura do evento, quando relatou, emocionado, as mortes e as diversas dificuldades enfrentadas pelo país asiático, atingido no fim de semana pelo tufão Haiyan, que alguns cientistas já dizem ter sido a tempestade mais forte a chegar ao solo na história.

Na conferência mundial do clima, que acontece agora em Varsóvia, representantes de várias ONG anunciaram solidariedade ao diplomata e decidiram que também vão restringir a alimentação. Alguns deixarão de comer completamente, assim como Sano. Outros irão jejuar apenas durante as horas da COP.

"Queremos respostas imediatas, queremos ver uma solução", disse Wael Hmaidan, diretor da Can (Climate Action Network), que reúne algumas das mais importantes ONGs ambientais e já está em jejum para apoiar a causa.

Segundo ele, alguns representantes de delegações presentes na conferência estão considerando se juntar ao movimento. Eles estão agora em busca de celebridades que queiram se aventurar na empreitada.

VERBAS

A questão financeira é um tema sensível na conferência. E, para alguns analistas, é possível que a atitude de Sano cause alguma mudança de atitude.

Na conferência de 2009, em Copenhague, foi criado o Fundo Verde do Clima, que teve seu design aprovado na de Durban, em 2011. Os países desenvolvidos se comprometeram a doar dinheiro para financiar medidas de adaptação e mitigação nos países pobres atingidos pelas mudanças climáticas.

No entanto, ainda não há muitas decisões concretas sobre a o financiamento e a distribuição desses recursos. Enquanto isso, os países mais pobres continuam sem ver a cor dos recursos.

Durante a conferência há uma grande expectativa de que os países cheguem pelo menos a um acordo nesse assunto.

A decisão sobre um novo pacto global do clima, que substituirá o Protocolo de Kyoto, ficou para 2015, em Paris.

A jornalista Giuliana Miranda viajou a convite da Deutsche Welle Akademie


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