Folha de S. Paulo


Curso para estilista no Ceará vai de 'puxadinho' a vice-campeão

Sentados no laboratório de desenho da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, os alunos do bacharelado em design de moda da instituição, com idades entre 18 e 24 anos, falavam à Folha sobe as agruras de estudar no segundo melhor curso de moda do país, segundo o RUF.

"Muitos alunos de outros departamentos acham que é um curso de patricinha. Ainda há preconceito", diz a estudante Jennifer Mello, 19. "Temos sempre de mostrar às pessoas que não vivemos numa bolha", afirma Deyvison Freitas, 20.

Apesar dos desabafos, já houve tempos piores. A graduação começou em 1993 com uma estrutura de puxadinho no departamento de economia doméstica.

Agora, com 305 alunos matriculados, abocanhou boa parte dos R$ 15 milhões destinados a nova reforma do Instituto de Cultura e Arte da UFC, onde está instalado.

"Hoje somos protagonistas do ensino de moda no Ceará, mas no começo nenhum departamento queria abrir as portas para o curso. Foi um processo de identificar as demandas de alunos e adaptá-las à estrutura disponível", diz o vice-reitor da universidade, Custódio de Almeida. "Agora o curso tem um dos corpos docentes mais estabilizados", afirma.

Quase todos os professores são ex-alunos do curso, o primeiro de moda do Estado, que fizeram mestrado e doutorado fora do país.

O curso de design de moda da universidade, enviou neste ano 16 bolsistas para o exterior através do programa Ciência Sem Fronteiras.

Apoiados por uma indústria confeccionista pujante, os alunos, como na maioria dos cursos de moda no país, sonham em ser estilistas.

"Percebemos que é importante olhar para fora. O mercado é enorme aqui, ainda que existam muitas confecções de fundo de quintal, e no curso você vai descobrindo que o campo de atuação não se resume à criação de roupas", diz a bolsista Kaline Pereira, 23. Modelista e designer de estampas estão entre as carreiras possíveis para quem estuda moda.


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