Sempre faço uma preparação antes de viajar: vou ao cardiologista, ao ortopedista, ao ginecologista...
Antes da minha primeira viagem à China, em 2010, estava com dores nas pernas. Fui a um massagista e disse: "Capriche, pois eu quero subir a muralha". Foi tão emocionante conseguir chegar lá que até telefonei para a minha filha no meio do passeio.
Mas me sinto segura viajando. Tanto que a minha família nem se preocupa.
Nem sei quantas viagens fiz, mas comecei a viajar há 28 ou 29 anos, sempre em grupo. Faço as malas uma ou duas vezes por ano.
Cheguei há poucos dias da Europa, onde passei por Paris, Lyon e Londres. Peguei um navio -adoro viajar de navio! É muito cômodo e não preciso ficar carregando as minhas malas-em Gênova, na Itália, e paramos na Espanha e em Portugal.
É bom porque sempre que vou para o exterior, o grupo é de pessoas mais velhas, com muitas mulheres sozinhas -eu mesma sou viúva. São sempre poucos os casais e homens sós.
Tenho sorte, porque nunca aconteceu nada de ruim comigo. Mas eu estava num balão nos céus da Capadócia, na Turquia, quando um outro caiu e matou três brasileiras, em maio deste ano. Não vi a queda, mas não tive medo. Nem antes nem depois de saber do acidente. Voaria outra vez.
Para me lembrar dos lugares que visito, trago um livrinho de cada parada. Tenho uma verdadeira coleção. Gostei muito da Turquia, do Japão, de Dubai, da Grécia... Adorei tanto a China que fui duas vezes. É o exótico que me fascina: ver aquilo que não se vê no dia a dia.
Um lugar que eu queria conhecer? Ah, a Austrália. Mas não pretendo ir, não. É muito longe... Agora, estou me preparando para passar o verão em Florianópolis mesmo. Em casa.
LUIZITA VIEIRA SANTOS, 85, já viajou tanto que nem se lembra de quantas vezes foram