Folha de S. Paulo


Obras vêm de outros países para celebrar os 160 anos de Van Gogh

Grandes artistas conseguem encher um salão com seus melhores quadros. Alguns gênios são capazes de ocupar um museu inteiro.

É o caso de Vincent van Gogh (1853-1890), o atormentado holandês que ajudou a inventar a pintura moderna.

Reprodução
O quadro
O quadro "O quarto de Van Gogh em Arles", de 1889

Suas obras estão no Museu Van Gogh, em Amsterdã, cidade que celebra neste ano o 160º aniversário do pintor e os 40 anos do museu, reaberto no mês passado, após uma reforma de três anos.

Durante a parte final das obras, o acervo ficou abrigado na filial holandesa do Hermitage. O retorno foi comemorado com a exposição "Van Gogh at Work", que revela detalhes até então desconhecidos do trabalho do artista.

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Com técnicas modernas de restauração e pesquisa, pesquisadores descobriram que a paleta original de cores de Van Gogh era diferente da que aprendemos a admirar.

Uma de suas obras-primas, o "Quarto em Arles" (1888), teve os tons alterados devido à ação do tempo e à qualidade precária das tintas que o artista usava.

A tecnologia agora permite saber que as paredes do dormitório foram pintadas em violeta e não no azul-claro que se vê no quadro.

Os estudos também revelaram obras escondidas por outras pinturas de Van Gogh, que tinha o costume de reutilizar telas para economizar.

Exames de raio-X mostraram, por exemplo, a imagem de dois lutadores encoberta por "Natureza Morta com Flores do Campo e Rosas" (1886). O desenho original foi reproduzido ao lado do quadro.

Outra curiosidade são os grãos de areia encontrados na tinta da série "Santas Marias" (1888), que o artista pintou na praia quando morava em Arles, no sul da França.

Além dessas descobertas, a exposição inclui os cadernos de anotações de Van Gogh, que foram digitalizados, e a única paleta que restou do pintor, cedida temporariamente pelo Museu D'Orsay, da França.

O empréstimo de obras, por sinal, é uma atração à parte nos festejos de reabertura do museu em Amsterdã. Até 3 de setembro, os visitantes podem ver a versão mais famosa de "Os Girassóis" (1888), que pertence à National Gallery, de Londres.

Depois que a tela voltar ao Reino Unido, chegarão outros quadros dos acervos do Art Institute, de Chicago, e do Museu Rodin, de Paris.

Mas, claro, o acervo do Museu Van Gogh tem suas joias. Uma delas é o "Autorretrato com Chapéu de Feltro" (1887), onde o olhar angustiado parece anunciar o fim trágico do artista, que se matou. O último andar abriga telas pintadas em Auvers-sur-Oise, na França, sua última morada.

Lá estão "Campo de Trigo com Corvos" (1890), uma de suas obras mais expressivas, e "Raízes da Árvore" (1890), que ele não teve tempo de terminar. (Bmf)

MUSEU VAN GOGH
Endereço 1070 AJ Amsterdam
Funcionamento até 1º.set. e de 27.dez. a 5.jan., das 9h às 18h; sex., até as 22h; de 2.set. até 26.dez. e a partir de 6.jan., das 9h às 17h; sex., até as 22h
Ingresso € 15 (cerca de R$ 42); jovens de até 17 anos não pagam entrada
Site www.vangoghmuseum.nl


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