Folha de S. Paulo


Governo chinês quer acabar com streaming de músicas 'imorais'

Associated Press
FILE - In this Aug. 27, 2014 file photo, a chef walks in the headquarter campus of Alibaba Group in Hangzhou in eastern China's Zhejiang province. As Chinese e-commerce powerhouse Alibaba readies what could be the biggest initial public offering ever on the New York Stock Exchange, it is quietly hinting at plans to expand into the U.S. (AP Photo/File) CHINA OUT ORG XMIT: NYBZ192
Pessoa caminha em frente ao logotipo da Alibaba na sede da empresa, em Hangzhou, China

O governo chinês está reforçando o controle da música on-line no país. A partir de janeiro de 2016, empresas que oferecem streaming devem inspecionar o conteúdo antes de publicá-lo, diz o Ministério da Cultura da China em seu site.

As três maiores companhias de internet do país, Alibaba, Tencent e Baidu, têm serviços desse tipo. Nenhuma delas comentou o assunto.

A decisão é o último golpe de uma campanha para "limpar" tanto a internet quanto a cultura em geral de material que o Partido Comunista possa considerar uma ameaça à estabilidade da China. O país já opera, especialistas dizem, um dos mecanismos de censura mais sofisticados do mundo.

O sistema de autocensura para música espelha aqueles em funcionamento em companhias tecnológicas, que empregam grandes equipes para vasculhar sites e aplicativos e erradicar conteúdo sensível.

Acadêmicos e especialistas dizem que a autocensura, com punições para negligência em remover conteúdo "nocivo", encoraja empresas e indivíduos a serem conservadores e censurarem mais do que o necessário, para evitar sanções.

Apesar do cerco, profissionais da indústria musical dizem que a China está se tornando um importante mercado, especialmente enquanto o streaming ganha popularidade e uma crescente classe média paga por serviços de alta qualidade.

O governo tem tentado se livrar da imagem de um mercado notório pela pirataria de produtos de entretenimento, editando novos regulamentos e punições para infratores.

O Ministério da Cultura chinês também pediu às plataformas de streaming que enviassem informações sobre sua música para oficiais do governo.

Em agosto, a instituição proibiu a distribuição de 120 canções porque elas seriam "moralmente prejudiciais".


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