Folha de S. Paulo


Motorola pode lançar a cada seis meses uma nova versão do Moto G

A Motorola pode passar a lançar, a cada seis meses, novas versões do Moto G e do Moto X, ao contrário do padrão atual de renovar anualmente a geração dos smartphones.

A intenção foi revelada nesta quinta-feira (13) por Yang Yuanqing, executivo-chefe da Lenovo, durante a apresentação do último resultado trimestral da gigante chinesa –a Lenovo pagou US$ 2,9 bilhões pela Motorola no ano passado.

"Ao final do ciclo de vida do aparelho, o produto não é mais competitivo, particularmente o Moto G e o Moto X", disse o executivo, sobre a necessidade de a companhia desenvolver a cada seis meses seus produtos.

"No futuro, vamos melhorar o ciclo de desenvolvimento para que sempre tenhamos um produto competitivo".

A discussão sobre melhorias na divisão de celulares é resultado do fraco desempenho no último trimestre. A empresa vendeu 5,9 milhões de unidades, queda de 31% em relação ao mesmo período do ano passado. Yang citou queda nas vendas na China e no Brasil como fatores pelo desempenho. O mercado brasileiro é um dos principais da Motorola no mundo.

A estratégia de lançamentos semestrais estaria, por exemplo, na contramão de outras empresas como Apple, LG e Sony –a empresa japonesa abandonou neste ano o plano de renovar semestralmente seu principal smartphone para conter custos.

REESTRUTURAÇÃO

O resultado da Lenovo na divisão de celulares também colocou em xeque a compra da Motorola, um negócio que tinha como objetivo tornar a empresa chinesa em um líder global de smartphones. O executivo revelou que a Motorola custa US$ 2 bilhões para ser mantida, enquanto a divisão de celulares da Lenovo (que não atua no Brasil) tem custo de US$ 400 milhões.

Assim, Yang revelou uma restruturação geral nos negócios de celulares da Lenovo, que resultará na demissão de 3.200 pessoas, ou 10% da mão de obra. Os cortes devem atingir funcionários da Lenovo e da Motorola. A Lenovo espera economizar US$ 850 milhões com os cortes.

Apesar de apresentar crescimento de 3% na receita, para US$ 10,7 bilhões, a Lenovo não atingiu as estimativas de analistas, que esperavam uma cifra de US$ 11,3 bilhões. Após o anúncio, as ações da empresa caíram 8,7%.


Endereço da página: