Folha de S. Paulo


Ferramentas de segurança permitem se proteger do 'golpe do boleto'

Os usuários que costumam fazer transações bancárias pela internet, em seus desktops ou em dispositivos móveis, possuem meios de se proteger do chamado "golpe do boleto".

Segundo publicado hoje pela Folha, um novo vírus infectou ao menos 192 mil computadores no mundo, principalmente no Brasil, identificaram a Polícia Federal e o FBI. Pelo menos 34 instituições bancárias foram envolvidas, em mais de um país.

Contra esse tipo de golpe (leia abaixo com ele funciona), empresas de cibersegurança oferecem soluções desde o ano passado, quando outro mecanismo que atua da mesma maneira foi descoberto.

A Kaspersky Lab possui o pacote, que custa R$ 99 por um ano em sua versão mais barata e dá direito a uma licença de uso (mas promoções atuais liberam uma licença adicional). Ele cobra todas as plataformas, Windows, Mac, Android, e pode ser comprado no site da empresa e nas conhecidas lojas de varejo.

Diretor geral da Kaspersky Lab para o Brasil, Cláudio Martinelli ressalta que apesar de a primeira preocupação dos usuários ainda ser o computador pessoal, é importante atentar que muitos dos malwares atuais focam smartphones e tablets. "A primeira ocorrência do malware de boleto foi detectada no ano passado por nós. Este é um vírus novo com atuação igual", diz.

A McAfee também oferece ferramentas que previnem o golpe, tanto para desktop como para dispositivos móveis. "Esse tipo de malware [vírus] contamina o navegador e age toda vez que encontra a palavra 'boleto'", explica José Matias, diretor de suporte técnico da empresa para a América Latina.

O executivo informa que esse tipo de ataque cresce no mesmo ritmo em que aumenta o uso de dispositivos móveis –uma boa medida profiláxica, além dos antivírus, é não utilizar redes wi-fi públicas, diz Matias.

Esse tipo de software, uma vez instalada no computador, atua de duas maneiras. Primeiro, consegue identificar e certificar se o site acessado é mesmo o do banco. Depois, tem a capacidade de perceber se algum dado digitado pelo usuários está sendo capturado ou modificado. Com isso, emite um alerta de que algo está errado.

ENTENDA O GOLPE DO BOLETO

Batizada de "gangue do boleto", o grupo que coordenada a fraude identificada pela empresa RSA opera via internet dos EUA e se conecta aos computadores por um vírus.

Uma vez infectados, toda vez que um código de boleto é digitado ou identificado, intercepta o pagamento e o desvia para as contas dos integrantes da quadrilha.

Entre fevereiro e maio deste ano, foram identificados quase 496 mil boletos nos servidores da quadrilha nos EUA, com datas dos últimos dois anos. No total, eles valem US$ 3,75 bilhões (ou cerca de R$ 8,57 bilhões).

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

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