Folha de S. Paulo


Mercado móvel desafia indústria de games, diz criador de "Tomb Raider"

Já faz algum tempo que desenvolvedores, jogadores e mídia especializada apontam os dispositivos móveis como uma forte tendência dos próximos anos quando o assunto é o mercado de games.

Joseph Olin, executivo de longa carreira na área –participou da realização de mais de 100 jogos, incluindo o primeiro "Tomb Raider"– diz ter a certeza que o futuro da indústria está nos smartphones e no tablets.

Olin palestrou neste sábado (1) na sétima edição da Campus Party, evento de tecnologia que ocorre em São Paulo até domingo (3).

O executivo disse que enquanto toda plataforma tradicional de games experimentou uma queda nas vendas (ou um crescimento modesto, de um dígito) em 2013, games em dispositivos móveis cresceram mais de 60% no mundo.

A tendência deve continuar nos próximos anos. "A Nintendo, empresa tradicional de games, está com problemas. Ela tem milhões de dólares do banco, mas neste momento isto não basta, estamos em uma época de transição e a companhia não sabe o que fazer no momento", disse Olin.

"Hoje a maior concorrência para Sony, Microsoft e Nintendo não são elas mesmas; são Apple, Google e outras companhias do setor móvel", completou.

Olin observou que a maior parte dos 1,5 bilhão de jogadores no mundo hoje estão nos jogos casuais, sociais e móveis. "Se olharmos para a Ásia, e especialmente para o Japão, onde o mercado de smartphones está estabelecido há algum tempo, as empresas que dominam o mercado de games surgiram há cinco anos e nasceram para celulares, como Gree e DeNA, ao contrário do mercado ociental, onde gigantes como Electronic Arts e Disney ainda imperam."

Segundo o executivo, estamos em um momento de transição como há quatro décadas, quando os fliperamas perderam gradualmente o espaço para os consoles caseiros. "Hoje em dia nosso telefones conseguem fazer coisas que há quinze anos computadores de centenas de milhares de dólares não conseguiam fazer", disse.


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