Folha de S. Paulo


Carregador falso de iPhone pode ter eletrocutado jovem chinesa, diz família

Um carregador falso pode ter causado a morte de uma jovem chinesa que, segundo sua família, foi eletrocutada ao tentar utilizar seu iPhone no momento em que o telefone estava sendo recarregado, informou nesta terça-feira (16) a emissora local "CFTV".

A vítima, identificada como Ma Ailun, 23, aparentemente usava um carregador que não era "original" para recarregar seu celular. Segundo o especialista Xiang Ligang, ele poderia ter sido a causa da descarga elétrica, uma hipótese que confirma a versão apresentada pela família da jovem.

"Às vezes, os carregadores falsos economizam na qualidade. O protetor do circuito poderia não ser bom, o que poderia causar uma ruptura do condensador e, posteriormente, uma descarga de 220 volts de energia diretamente à bateria do telefone", explicou Xiang.

Outra possibilidade, segundo Xiang, seria a de o carregador ter sido desenhado para ser utilizado em Hong Kong, Taiwan e no Japão, mas não na China continental.

"Hong Kong, Taiwan e Japão têm um padrão elétrico de [por volta de] 110 volts. Mas, na China continental, todos são 220 volts", destacou o especialista consultado pela emissora local, que acrescentou que, neste caso, o carregador poderia ter se partido e "sobrecarregado".

O especialista também assinalou que, normalmente, um carregador "sobrecarregado" pode sobreaquecer a carcaça do telefone, danar os circuitos e inutilizar o dispositivo.

No caso da jovem, no entanto, as autoridades chinesas confirmaram que o iPhone ainda pode ser utilizado mesmo com os visíveis sinais de queimaduras no exterior do aparelho, confirmou hoje o jornal "South China Morning Post", que ressaltou que o cabo de dados do iPhone, o carregador e a tomada estavam intactos.

O fato ocorreu no último dia 11 na região de Xinjiang, no noroeste da China, onde Ma morreu eletrocutada, segundo certificaram as primeiras análises das autoridades. No entanto, a descarga elétrica causada pelo smartphone, como asseguram seus familiares, ainda está sendo investigada.

"Espero que a Apple nos dê uma explicação", publicou a irmã mais velha de Ma na rede social Weibo --similar ao Twitter--, uma mensagem que é acompanhada de milhares de comentários com alertas e queixas em torno da utilização dos celulares, como constatou a Agência Efe.

Perante a rápida circulação da notícia pela internet na China, a Apple não demorou em publicar uma mensagem dirigida a seus usuários no país asiático.

"Sentimo-nos muito tristes pelo infeliz incidente. Transferimos nossas condolências à família", declarou a companhia americana através de um comunicado de sua sede na China, no qual também confirmaram a abertura de uma investigação sobre o ocorrido em colaboração com as autoridades chinesas.


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