Folha de S. Paulo


Ex-Joy Division e New Order, Peter Hook fala sobre show em SP

Depois de passar pelo Brasil há dois anos para fazer o show de "Unknown Pleasures", disco de estreia do Joy Division, o baixista da extinta banda, Peter Hook, 57, está de volta. Desta vez o repertório inclui lembranças de outro grupo, o New Order --o qual formou com Bernard Sumner, Stephen Morris e Gillian Gilbert após a morte de Ian Curtis (vocalista do Joy Division).

O show marcado para o dia 4 de outubro, no Cine Joia, evoca os dois primeiros álbuns desta formação --hoje desintegrada--, "Movement" e "Power, Corruption & Lies". Em entrevista à sãopaulo pelo telefone, o músico, hoje brigado com os outros integrantes, fala sobre a apresentação, a importância dos discos e os representantes do novo cenário musical.

Divulgação
Ex-Joy Division e New Order, o baixista Peter Hook toca no dia 4/10, no Cine Joia, em São Paulo, com sua banda The Light
Ex-Joy Division e New Order, o baixista Peter Hook toca no dia 4/10, no Cine Joia, em São Paulo, com sua banda The Light

LEIA ABAIXO A ENTREVISTA COM O BAIXISTA:

sãopaulo - Como é voltar a esses discos quase 30 depois?
Peter Hook - Na época, o produtor de "Movement" não tinha gostado dos vocais e mudou bastante coisa. É fantástico tocar o disco, agora, com mais confiança. É uma transição. Um som ainda muito Joy Division, mas com o vocal do New Order. Há uma vulnerabilidade porque estamos tentando superar a perda de Ian.

Qual a importância desses álbuns?
"Movement" é mais importante porque nos deu confiança para seguir em frente. A gente não tinha mais nosso vocalista [Ian Curtis], a música precisava mudar. "Power Corruption & Lies" foi o próximo passo, um disco influenciado pela tecnologia dos anos 1980 e completamente diferente de tudo que já havia sido feito.

O que o público pode esperar do show? Alguma palhinha do Joy Division?
[gargalhada] Esse show é uma interpretação das músicas da primeira formação do New Order. Hoje eles só tocam hits [se referindo aos shows atuais do grupo, feitos sem ele]. Esse foi, inclusive, um dos motivos que resultou no rompimento da banda em 2006. As pessoas vão poder ouvir músicas que nunca foram tocadas num palco durante mais de 25 anos.

O que carrega de Ian Curtis (líder do Joy Division morto aos 23 anos) com você até hoje?
Eu convivo com o Ian todos os dias, mesmo que ele não esteja aqui fisicamente. Levo comigo a sua paixão e a crença de que a música da banda [Joy Division] era incrível.

O que pensa de bandas como Interpol e The National?
[outra gargalhada] Eles usam New Order e Joy Division como referência, do mesmo jeito que usamos Kraftwerk e The Doors. O negócio é que tanto o New Order como o Joy Division sempre souberam disfarçar melhor do que as outras bandas (risos). O segredo é camuflar, fazer parecer algo seu. Vejo como elogio.

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