Folha de S. Paulo


Negociando delação, Funaro é transferido de novo para carceragem da PF

Lula Marques/Folhapress
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, no Senado Federal, ouve Lúcio Bolonha Funaro (foto), corretor de câmbio que intermediou operações para dirigentes da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). Local: Sala 2 da Ala Nilo Coelho. Politica.
Lúcio Funaro depõe em sessão da CPI das ONGs, no Senado

O corretor de valores Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que negocia um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), foi transferido nesta segunda-feira (21) do Complexo Penitenciário da Papuda para a carceragem da Polícia Federal em Brasília.

A transferência foi solicitada pelo Ministério Público Federal. Ele deve ficar no local até sexta, conforme o pedido.

Essa não é a primeira vez que Funaro vai para a PF, em meio às negociações de colaboração.

Ele ficou quase todo o mês de julho na carceragem e foi liberado para voltar à Papuda no dia 11 de agosto.

Pouco antes de voltar ao presídio, segundo a Folha apurou, ele vinha se queixando das condições do local e da ausência do período de banho de sol.

A carceragem da polícia no DF é apenas utilizada para presos de passagem.

Funaro foi preso em junho de 2016 e o ex-deputado está preso em Curitiba.

DELAÇÃO

Funaro disse na última quarta (16) que seu acordo ainda estava "longe de ser fechado".

Ele falou que "ainda tem" o que entregar sobre o presidente Michel Temer caso feche a delação.

Réu em uma ação na Justiça Federal em Brasília sob acusação de envolvimento em desvios no fundo de investimentos do FGTS (FI-FGTS), Funaro acompanhou uma audiência do processo.

Ao sair, escoltado, o doleiro foi abordado por jornalistas que perguntaram se ainda tem o que entregar aos procuradores envolvendo o presidente. "Ainda tem", respondeu, ao entrar no elevador do prédio da Justiça Federal.

Funaro não deu detalhes sobre o acordo de colaboração que negocia. Disse apenas que há "uma diferença muito grande" entre o que a PGR ofereceu como benefícios e o que ele desejava obter.

O presidente Temer tem negado ter cometido crimes.


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