Folha de S. Paulo


Cabral tem excesso de antidepressivos em sua cela, diz Ministério Público

Paulo Lisboa -27.abr.2017/Brazil Photo Press/Folhapress
O ex-governador Sérgio cabral e a mulher, Adriana Ancelmo
O ex-governador Sérgio cabral e a mulher, Adriana Ancelmo, em foto de abril deste ano

Em fiscalização surpresa na cela onde está preso o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o Ministério Público encontrou duas caixas com quase 30 comprimidos de remédios antidepressivos (medicação controlada, de tarja preta) e outras dezenas de comprimidos não identificados. Cabral está detido na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio.

Segundo o Ministério Público, Cabral disse ter receita médica que prevê dois comprimidos de antidepressivos por dia e que os comprimidos não identificados são vitaminas.

A fiscalização do Ministério Público constatou que outros dois presos, custodiados em outras celas da cadeia, também mantinham dezenas de comprimidos de medicação controlada.

O diretor da cadeia, Fabio Ferraz Sodré, foi advertido pelo Ministério Público sobre a quantidade excessiva de remédios à disposição dos internos. "[Eles] poderiam ministrar acidental ou intencionalmente alta dose, levando à internação ou até a morte, além da possibilidade de tráfico desses comprimidos, que podem ser usados como 'moeda de troca' entre presos", diz o órgão, em nota.

Sodré disse que os custodiados recebem remédios para um período mais longo, para não sobrecarregar o serviço da enfermaria com a entrega diária de comprimidos. A enfermaria do presídio funciona atualmente de forma provisório em uma sala, até que termine reforma do espaço definitivo.

O promotor de Justiça Sauvei Lai, autor da fiscalização, enviou ofício com as informações para o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, e para a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).

A Seap disse que providências já foram tomadas e que os medicamentos foram retirados da cela e serão entregues somente na hora prescrita.

A defesa de Cabral não foi localizada até a publicação deste texto.


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