Folha de S. Paulo


PSDB prorroga mandato de Aécio como presidente da sigla até 2018

Pedro Ladeira - 25.ago.2016/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 25-08-2016, 09h00: O senador Aecio Neves (PSDB-MG). Sessão para votação do julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, no plenário do senado. O presidente do STF Ministro Ricardo Lewandowski preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O senador Aécio Neves (PSDB-MG)

A Executiva Nacional do PSDB decidiu, em reunião nesta quinta-feira (15) em Brasília, prorrogar até maio de 2018 o mandato do senador Aécio Neves (MG) como presidente do partido.

O "Painel" nesta quinta havia antecipado que o partido aproveitaria uma reunião para definir a recondução do senador.

A votação, que contou com 29 votos favoráveis e dois contrários, além da abstenção do próprio Aécio, foi resultado de uma articulação entre o senador mineiro e o ministro José Serra (Relações Exteriores), ambos rivais do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na disputa pelo cargo de candidato tucano à sucessão presidencial em 2018.

Após a reunião, Aécio disse acreditar que não haverá disputa em convenção do partido para a indicação do nome tucano em 2018. "Nós, em todas as eleições presidenciais, sem exceção, caminhamos juntos, não houve sequer disputa em convenção, e não acredito que isso ocorrerá", afirmou.

Serra, por sua vez, divulgou nota em que "celebrou" a recondução do senador mineiro no comando da sigla e disse que essa não era uma "decisão pessoal", mas uma necessidade de manter a sigla unida.

"Essa não é uma questão pessoal, não é uma questão sequer partidária, mas é uma questão do país. O país precisa que esse governo dê certo. Para isso, precisa ter o PSDB unido. Essa união é fundamental", ressaltou Serra.

O resultado desagradou a Alckmin e a seus dois aliados que votaram contra Aécio, os deputados Silvio Torres (SP) e Eduardo Cury (SP), pois deu ao senador mineiro o comando do partido até o início do ano eleitoral.

Alckmin ganhou força dentro da sigla após a eleição de João Doria para prefeito de São Paulo, ainda no primeiro turno e com apoio do governador, que articulava para colocar um aliado à frente do partido. O cargo é considerado fundamental para a definição do nome do PSDB para a corrida à Presidência em 2018.

Em nota, o PSDB diz que a decisão tem o objetivo de "manter a unidade do partido, neste momento de crise econômica e política".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra da legenda, enviou voto por escrito pela recondução de Aécio. Ele afirmou que o partido precisa "mais do que nunca da união de seus líderes que, espero, na ocasião oportuna estarão também em torno de quem, em 2018, tiver melhores condições de apoio eleitoral e político para levar o Brasil adiante".

Aliados de Alckmin diziam que a prorrogação do mandato não estava prevista no estatuto do PSDB, mas a Executiva explica que a medida já foi usada em outras quatro ocasiões: com Teotônio Vilela, José Aníbal, Tasso Jereissati e Sérgio Guerra.


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