Folha de S. Paulo


Em nota, ABI repudia lentidão no julgamento da morte de cinegrafista

Domingos Peixoto/Agência O Globo
Cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade é atingido por bomba, durante manifestação contra o aumento da passagem, no Rio
Cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade é atingido por bomba, durante manifestação contra o aumento da passagem, no Rio

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) emitiu nota em que lamenta que os acusados pelo assassinato do cinegrafista Santiago Andrade —profissional que morreu após ser atingido por um rojão ao cobrir uma manifestação no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2014— ainda não tenham sido julgados.

A entidade afirma que a falta de uma punição exemplar dos culpados gera clima de impunidade e contribuiu para que mais episódios de violência contra jornalistas ocorressem no Brasil.

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Leia a nota na íntegra:

Associação Brasileira de Imprensa expressa profunda preocupação com a leniência do poder judiciário ao procrastinar o julgamento do assassinato do cinegrafista Santiago Andrade, morto em fevereiro de 2014, ao ser atingido por um rojão.

O retardamento de uma punição exemplar dos culpados, além de gerar um clima de impunidade, estimulou uma espiral de violência contra jornalistas em todo o País.

O episódio mais recente ocorreu em Brasília na festa de 7 de setembro. Um cinegrafista foi agredido por populares em uma data celebrada e respeitada por todos os credos e que se acreditava imune às paixões do momento.

A ABI contabilizou números inquietantes em 2015 e nos últimos meses de 2016: 10 profissionais de imprensa foram assassinados, 64 agredidos e 114 vítimas de algum tipo de intimidação.

A liberdade de informar e ser informado são mandamentos do Estado Democrático de Direito e não podem ser violadas sob qualquer pretexto. As manifestações contra jornalistas em atos públicos são inaceitáveis em uma Nação que se diz civilizada.

A História recente mostra como sempre terminam os povos que se deixam subjugar pela intolerância política e ensandecidos sentimentos de vingança e rancor.

Domingos Meirelles
Presidente da ABI


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