Folha de S. Paulo


Preso, ex-presidente do PSDB de MG é internado em hospital particular

José Marques - 30.mai.16/Folhapress
Nárcio Rodrigues, ex-secretário do governo Antônio Anastasia, é levado ao Ministério Público para cumprir prisão temporária
Nárcio Rodrigues, ex-secretário do governo Antônio Anastasia, quando foi preso em maio

Preso no final de maio sob suspeita de desvio de recursos públicos, o ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Nárcio Rodrigues está internado desde quinta-feira (16) em um hospital particular da área nobre de Belo Horizonte.

A informação foi confirmada pela Seds (Secretaria Estadual de Defesa Social), que não informou os motivos da internação no hospital, nem o quadro de saúde de Rodrigues. Ele está sob escolta.

A reportagem procurou a defesa do ex-líder tucano, que não atendeu o telefone nem retornou as mensagens.

Rodrigues estava preso preventivamente no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. No local, há um centro médico.

No entanto, ele foi internado no hospital "Life Center", em um bairro nobre da capital mineira. Em reservado, os adversários políticos de Rodrigues têm dito que ele "saiu da cadeia e foi para um hotel".

Em nota, a Seds disse que Rodrigues está sob custódia no hospital e não irá comentar "eventual avaliação médica e profilaxia adotada".

"O mandado de prisão não suspende direitos do preso além de ir e vir", diz o órgão em nota. "Não há na decisão judicial referida (o mandado de prisão preventiva) obrigação para a Seds de custear eventuais despesas do preso com tratamento médico na rede particular", acrescenta.

'AEQUALIS'

O tucano foi o principal alvo da Operação "Aequalis", que investiga suposto contrato superfaturado de venda de equipamentos para o centro de pesquisa mineiro "Cidade das Águas". Parte do dinheiro foi remetido para o paraíso fiscal de Hong Kong em 2014.

Na época, Rodrigues ocupava o cargo de secretário estadual de Ciência e Tecnologia do governo do hoje senador Antonio Anastasia (PSDB).

Em delação premiada assinada com a Promotoria de Minas Gerais, o executivo português Firmino Rocha afirmou que a empresa em que trabalhava pagou propina a Rodrigues, que foi por cinco vezes deputado federal e foi um dos coordenadores políticos das campanhas eleitorais estaduais de Anastasia em 2010 e do tucano Pimenta da Veiga, derrotado no pleito de 2014.

A defesa de Rodrigues tem dito que a prisão preventiva foi "absolutamente desnecessária".


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