Folha de S. Paulo


Oposição se reúne para traçar estratégias contra 'centrão' da Câmara

Pedro Ladeira -18.mai.2016/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 18-05-2016, 11h00: O presidente da câmara dos deputados Waldir Maranhão (PP-MA) preside reunião de líderes partidários na presidência da câmara. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA)

Um grupo de oposição ao governo Michel Temer se reuniu na noite desta segunda-feira (20) para discutir estratégias de enfrentamento ao chamado "centrão" na disputa pelo mandato tampão da Câmara dos Deputados caso a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja confirmada pelo plenário.

O encontro ocorreu na sala da Presidência da Casa e contou com Waldir Maranhão (PP-MA) como anfitrião. Participaram também o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), além de Júlio Delgado (PSB-MG), Silvio Costa (PTdoB-PE), e os deputados do DEM Rodrigo Maia (RJ) e Claudio Cajado (BA).

Segundo Silvio Costa, a intenção do grupo, em primeiro lugar, é entrar em consenso sobre a estratégia interna. "Tem gente nossa que defende ter um candidato para marcar posição política. É uma tese. Eu acho que não [prospera]. A Casa está num momento tão complicado que talvez seja melhor essa tese não prosperar". Segundo ele, contudo, as conversas ainda são iniciais.

Para o deputado, um dos mais fiéis aliados da presidente afastada Dilma Rousseff, o segundo ponto é enfrentar a "pseudo-hegemonia" do centrão. "Acham que o centrão vai unido nessa parada. E acham que a gente não vai tentar implodir o centrão também?".

Nos bastidores, há uma série de nomes em circulação, sem que seus donos, porém, confirmem a intenção de concorrer à vaga.

Líder do DEM, o deputado Pauderney Avelino (AM) admitiu as discussões com a oposição, mas afirmou que também aceitaria se unir ao centrão e ao PSDB, "contanto que não fosse para apoiar um candidato do Eduardo Cunha".

Cunha está afastado da presidência e do exercício do mandato desde 5 de maio, mas continua articulando à distância. Na semana passada, o Conselho de Ética acatou parecer pela sua cassação. Com os prazos de recursos, a expectativa é que o caso siga para apreciação do plenário somente em meados de julho.

Caso Cunha seja realmente cassado, o presidente interino, Waldir Maranhão tem cinco sessões para convocar novas eleições. O novo presidente vai dirigir a Câmara até janeiro de 2017, quando um novo deputado será eleito.


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